quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Luminescência

Já reparaste que, para qualquer sítio que olhes, vês luz? Donde vem tanta luz assim, perguntas-te. Uma coisa é certa. Já praticamente não vivemos sem coisas luminescentes.
Acordas de manhã, e olhas o despertador. É digital? Pronto. Lá estão aqueles irritantes números vermelhos a marcar 7:00. Ainda está escuro, lá fora. Acendes a luz do candeeiro, para poderes ver melhor. Na casa-de-banho também vais ter de acender a luz, e desligá-la assim que saíres, sem dares por isso, tal como fizeste com o candeeiro.
Vê-se bem na cozinha? Hmm... talvez não. Será melhor, então, acender uma vez mais a luz. Tantas vezes a fazer isto, por tudo e por nada, e és capaz de ouvir alguém a chatear. Bah! Se não se vê nada! Tomar o pequeno-almoço às escuras? Não.
Lá fora, para além do frio e da escuridão dominante na rua, ainda se vêem os candeeiros a emitir luz para, quem sabe, iluminar o caminho àqueles que já há algum tempo se encontram na escuridão e de lá não conseguem sair.
Levas o carro para o trabalho? E está a chover, não está? Com algum nevoeiro... Liga os mínimos! Há-de aparecer a indicação no painel, numa luz amarelada, talvez. E cá estamos. São quase 8h00.
No escritório há janelas, claro. Mas agora arranjaram daquelas modernas, com arame lá dentro. É para não partir com tanta facilidade. Só que, como não são totalmente transparentes, não deixam passar muita luz. Avisa aí para que liguem as luzes do tecto. Ah! Já se vê melhor, para escrever, e tudo.
Hoje o Sol não está a ser muito teu amigo... Está com vergonha de aparecer por entre as nuvens e iluminar-te a alma. Tanto stress, tanto problema... E temos de ser nós a resolvê-los, senão... quem o fará? Enfim.
Olha, sabes que mais? Pede ao patrão a tarde livre. Dizes que estás com uma enxaqueca "daquelas" e que não consegues, mesmo, ir trabalhar da parte da tarde. E pronto, está resolvido. Não há grande coisa que fazer de tarde... É melhor esperar pela noite.

Aparece a amiga Lua. Já está no turno dela. O Sol foi para outro lugar, agora.
Há uma desvantagem, em relação ao Sol. Não deixa ver as estrelas. Então, depois de recuperares, vais à janela. E vês... vês pequenos pontos lá bem longe... Que irradiam um brilho muito, muito, muito forte!
Reflecte-se nos teus olhos, que admiram as mesmas estrelas.
É nessas alturas em que reconheço que também eu já não consigo viver sem luz. Uma luz. Um brilho.
Dos teus olhos...

Dorme bem, e sonha com tudo de bom. Com as estrelas também.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

"Ficas Dentro De Mim"

Ficas bem dentro de mim! Ficas bem arrumadinha, numa gaveta junto da alma e de outras bujigangas! Ficas dentro dessa gaveta e raramente te tiro para fora, pois tenho medo de te "gastar"...tenho medo que te evapores das minhas mãos e por isso guardo-te com todo o carinho!
Sei que posso parecer possessivo demais, mas tenho prazer neste egoísmo! Sim, sou egoísta ao não querer partilhar com todos essa tua beleza resplandescente...Luminescente!
Essa beleza que atravessa a tua íris, passeia pelos teus ombros, vagueia pela tua face, acaricia as tuas pernas e perde-se nos teus lábios!


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Sinto-me seco...de peito pesado e de olhos no chão é como me tenho arrastado ultimamente! Por entre sorrisos forçados e gargalhadas arrancadas a ferro, lá me sai um ou outro suspiro; suspiros esses frutos do tempo a que não te vejo!
A justificação para esses meus suspiros vagabundos é a questão que constantemente me faço...que constantemente me farei até obter uma resposta...A resposta... Sobre a qual não estou muito seguro, pois auto-avalio-me como louco e doido por sequer considerar em fazer-te tal pergunta!
Desespero ao saber que deixarei de poder olhar esses teus olhos de uma certa forma, sem medo de represálias...de deixar de tocar a tua pele, sem medo de um gesto brusco de descontentamento...de te poder abraçar, sem esperanças por mais... mas anseio o beijo, o teu beijo...O nosso beijo...

E lá vai mais um...suspiro vagabundo...

terça-feira, 24 de outubro de 2006

"Pseudo-deprimido" xD

Sempre que escrevo tento fazer passar um ou outro sentimento para quem lê...mas nunca consigo como deve de ser! Como eu quero! Por muito que me compreendam, não me compreendem como eu gostaria...como eu sonho ser possível!
E esta fase da minha vida apenas piora tudo! Torna tudo muito mais difícil!
A fase é aquela das nossas vidas em que nada muda...nada evolui...nada se mexe... Aquela fase em que apenas um louco seria feliz...uma estabilidade doentia apodera-me a rotina e odeio tal facto!
Uma fase em que compreendo que muitas das escolhas que fiz atrás estão erradas! Percebo que deveria ter ido pela direita em vez de ir pela esquerda... que deveria ter comido em vez de passar um tempo sem comer... que devia ter arriscado em vez de jogar pelo seguro...que deveria ter dito que sim...em vez do seco e árido não que dei...
É irónica a vida! Pensamos nós que temos o que queremos, e que, apesar de muitos sonhos ainda necessitarem de concretização, pensamos que estamos muito bem. Que podemos arriscar ao ponto de chamarmo-nos de "felizes".
Que piada que isto tudo tem...Tento eu ser sorridente a todo o minuto, para depois; sozinho pelos cantos; desesperar...implodir...sem fazer barulho! Apenas...assim...num estalar de dedos mudo, num suspiro afónico...tudo colapsa... Apercebemo-nos que, afinal, falta-nos muito mais do que apenas uns quantos sonhos! Falta-nos algo a que nos entregar, falta-nos alguém a quem nos dar...com quem partilhar a nossa mágoa, as nossas tristezas e alegrias...alguém com quem partilhar a nossa alma...

Não posso dizer que sou infeliz...não sou! Tenho uma família fantástica, um leque de bons amigos enorme...tenho um espaço onde me libertar por completo...e aí sim, sou totalmente e completamente feliz! Para além disto tudo existe uma pessoa...ainda existe essa pessoa... Mas não sou feliz! Chamem-me exigente, mas não o sou. Não me sinto assim!
Pode ser só uma fase...pode ser só uma etapa a ultrapassar...mas pensando bem, tal é bom! Pois apenas estando assim é que eu tentarei tudo para mudar seja o que for! Esforçar-me-ei ao máximo para mudar qualquer pormenor, para me aproximar dessa fantasia da felicidade!

Mas por enquanto, não sou infeliz, mas não estou feliz. Estou/Sou assim! Insatisfeito, desejoso por pouco, mas mais!


PS: O título é sarcástico e satírico, não tendo nada a ver com a realidade!

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Há Dias, Mas Também Há Momentos

Há dias em que me vejo, estupidamente, a rever 8 regras de validação de silogismos, pronomes e determinantes possessivos franceses, textos de opinião jornalística, estruturas como "have something done", mercantilismos e fisiocratismos ou até mesmo a PAC no contexto da agricultura portuguesa. Responsabilidades fúteis e inúteis que pouco ou nada reflectir-se-ão no futuro, e que cansam. Já sei de cor a conversa dos universitários, "quando chegares à faculdade é que tu vais ver!". Tretas. Sinto-me cansado. O facto de ter feito uma viagem de 800 km, no total, repartida pelo sábado e pelo domingo mais recentes também pode ajudar, mas a cabeça é que não dá para muito.
Há momentos em que me ponho a olhar para as tuas fotos e nada concluo. Sabes que mais? A Filosofia torna-se útil para metáforas: penso em premissas nulas e não chego a nenhuma conclusão. Que coisa tão triste! Tanto a Filosofia, tanto a piada, tanto a dor.
Há dias maiores de que os momentos. 5 horas uns dias, 6h30 noutros, a ouvir conversa. Conversa essa que se traduz no ordenado dos outros. E na minha felicidade? Essas conversas traduzem-se, alguma vez, na minha felicidade. Não. É só perda de tempo.
Há momentos em que penso estar farto de todas estas futilidades. E estou. Mas quero chegar longe... o problema é que o caminho corta os pés, por baixo. Cortes profundos. Enfim, mesmo que se calcem sapatos, ténis, ou outro tipo de calçado, há momentos em que estes se rompem.
Há dias em que me vejo concentrado a escrever peças. Na verdade, até hoje foram só 2, falando num calibre mais elevado. Pequenas coisas de 10 a 15 minutos já me ocuparam tempo, mas isso já lá vai. O Teatro está cada vez mais sério, agora.
Há momentos em que penso em Teatro. Liga-me não só à arte em si, mas a ti também. É o que já disse um blogger da família, "os velhos podem ser felizes ou infelizes. E aí já toda a gente lhes dá razão". Já os jovens, se escrevem coisas assim, são depressivos e precisam de acompanhamento. É assim que pensa a fase intermédia da vida. Os adultos. É fantástico. Basta que me toquem e têm logo a mania de ter a certeza de que se passa algo de errado. O que foi? Já não posso dizer que a escola é, literalmente, perda de tempo? Deixem-me fazer um Grupo de Teatro e logo vos digo se a imaginação não traz umas massas. Mas pensarem que é só cansaço não faz parte dos seus planos. Quero cometer suicídio, ali, limpinho. Há pessoas tristes, que se julgam grandes entendedoras de um determinado assunto e não percebem nada. "Já fui da vossa idade". Pois... e a "perguntinha"? Perguntam-se vocês "qual perguntinha"? É esta: "que tenho eu a ver com isso?".
Deixem-me em Paz, pá. Metam-se nas vossas vidas que eu meto-me na minha. Depois digam que sou rude porque estou com sono.
Ah, mais uma coisa. Querem que vos conte um segredo? Olhos verde-esmeralda? "Nah"! Foi mais um engano. E a escolha definitiva? Será plausível? Talvez. Ou talvez não. No último ano tenho vivido muito ao lado da Magia. Passam-me ilusões à frente e nunca chego a descobrir os segredos da sua origem.

"Boa noite. Eu vou com as aves".

P.S.: Parabéns aos "Pontos Negros" pela estreia na rádio Antena 3. Assim começam grandes bandas! Força aí!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Antígona

Estou estafado...qual suspiro que sai forçado...qual bocejo repetido umas quantas vezes...qual refrão cantado uma e outra e outra vez na mesma música...qual quê? Sinto-me derrotado!
Sinto-me desistente...não sou assim, mas sinto-me assim, como um guerreiro no final da árdua batalha...e, ao olhar o campo, outrora verde...penso para mim: deveria ter morrido com todos eles...esta relva tingida de vermelho deveria estar impestada com o meu sangue também.
Estou num estado de uma música tranquila no ritmo e perturbada na letra...conturbada no canto...relaxada nos instrumentos... Sinto-me enamorado por ninguém...Mora em mim amor por ninguém...vazio!
É agora que desespero...entro em parafuso, tentando-me lembrar o que correu mal? O que foi que aconteceu para isto chegar a este ponto?... Apenas consigo perceber que sem ti não vivo...e estou sem ti há tempo demais!

Necessito da tua essência...pois ela é a minha...a minha é a tua..a minha vive da tua...és a minha alma e regenero-me graças a ti!

Sinto-me desgastado...esgotado...um último suspiro de vida...um último relance dos olhos sobre o teu preto...

Tanto é assim que arrasto os meus dedos para escrever o que sinto...sinto o coração apertado, impedindo as palavras de saírem...Odeio-me porque estou assim mas tenho um prazer tórdido e angustiante de assim o estar...

Sei que estando assim, as pazes serão melhores, mais saborosas! Sei que amanhã, quando nos encontrármos, eu estarei mais ansioso que o normal...sei que o abraço me saberá melhor...que o beijo será como o primeiro!

Sinto a cabeça pesada...sinto-me pesado...sinto-me...vazio... Preciso de ti! Preciso de me regenerar...de beber da tua aura...de comer da tua madeira...de me deitar em cima de ti, olhando a cortiça, e pensar que em sítio algum eu seria tão feliz!

(Texto Fictício inspirado na música seguinte)

"Música De Filme"

"Dentro de mim
Por dentro de mim

É pena quase não poder ficar
És quente quando a luz te traz
Quase te vi amor
Quase nasci sem ti
Quase morri

Dentro de mim
Ficas dentro de mim
Por dentro de mim
Estás dentro de mim

Silêncio.Lua.Casa.Chão
És sitio onde as mãos se dão
Quase larguei a dôr
Quase perdi Quase morri

Dentro de mim
Estás dentro de mim
Por dentro de mim
Ficas dentro de mim

Sempre só mais um homem
Mais humano
Mais um fraco...
Sempre.. .
Só mais um braço
Mais um corpo
Mais um grito
Sempre..

Dança em mim!
Mundo, vida e fim!
Dorme aqui
Dentro de mim..

É pena quase não poder ficar
No sítio onde as mãos se dão
Quase fugi amor
Quase não vi
Vamos embora daqui
Para dentro de mim"

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Quem Espera, Sempre Alcança

Deparei-me, até há bem pouco tempo, com 3 almas na minha vida, que os meus olhos começaram a interpretar de uma outra forma. Não sabia, sequer, se me estariam a iluminar ou a fazer sombra, enegrecendo o meu coração.
Cheguei mesmo a partilhar esta visão equilátera com um confidente. Era uma situação que quase que dava vontade de rir... "três, hein...?" dizia ele. Eu corroborava, "pois, três...".
Era muito difícil optar entre uma e outra, tendo em conta que eram pessoas muito próximas e havia o risco/a penalização de me vir a arrepender de uma determinada confissão.
Apenas uma delas permanecia uma incógnita, mas apenas num estado físico. A sua perspectiva de vida era uma coisa que chamava (e chama) a atenção de muita gente que por aqui anda e que tem um cérebro não influenciado por narcóticos e sexualidade. Não pôr os outros de parte, depositar total confiança em pessoas que ainda mal conhece e sentir que aquele homem que até então permanecia escondido por detrás de uns bons pares de teclas eram as suas concepções de vida. Sempre lhe chamei concepções... Enfim, pensava. Esta maneira de reagir face à pior professora, a vida, é óptima!
Mas... há mais duas. Têm outro tipo de qualidades, não é? Sim, têm. De qualquer forma, esta alma acabou por ficar excluída devido à permanente atracção psicológica do meu confidente, o velho Veloso. Um homem que está lá sempre para ouvir os problemas dos outros, ainda que goste imenso de se fazer de Rocky e iniciar "street-fighting".
Bom, esse factor, então, foi crucial para a tal exclusão.
A grande decisão reflectir-se-ia, agora, só numa delas, embora acreditasse mais nas palavras duma do que da outra. Não sei, talvez fosse... a profundeza com que uma empregava as palavras, as atitudes que tomava... a outra empregava-as de uma maneira tão... quê? Fútil? Talvez. Mas hoje, sei que assim não é. Tenho quase a certeza. Há qualquer coisa nos seus olhos verde-esmeralda que me dizem "não! vai em frente! arrisca!".
Ainda relativamente à segunda alminha, a sua repentina aproximação a pender mais para o lado amoroso do que para o amistoso, fez-me pensar... A minha cabeça andou à roda vezes sem conta, a tentar descobrir se aquilo seria a sério.
Afinal, isso nunca esteve em causa. Era verdade, mas não da maneira que eu vi, ou melhor, quis ver. A profunda amizade mantinha-se, e não iria haver nada que me fizesse ultrapassá-la. Eu até podia perguntar... "quem sabe, se não é melhor assim?". Não vale a pena. Já sei que é assim que tem de ser, porque sinto que alguém, uma outra pessoa, irradia outro sentimento que está a querer ultrapassar a barreira dos "amigos fofos". As súbitas perguntas que confundem as mentes de toda e mais alguma pessoa apaixonada, como "gostas que te toque?" ou outras, contribuiram para toda esta renovação de sentimentos, ou melhor, ressentimentos, que já desde há muito preenchiam o coração de uma forma tão fútil e fugaz...
Sim, descobri o paraíso, tenho a certeza!
Nota: peço perdão aos habituais/fiéis leitores deste blog por, de repente, me voltar a intrometer pelo meio das histórias, desventuras e paixões do Ricky. A verdade é que, já em Abril, senti necessidade de me afastar um pouco desta zona, e espairecer. Acontece que deixei o blog durante um longo período de tempo, e senti saudades. Uns poderão dizer que é pelo permanente sucesso que o actual autor está a fazer em comentários, já outros... poderão dizer "bem-vindo a casa (de novo)". Espero que seja essa a razão mais apreciada por todos vós. Isolar-me, sozinho, num outro blog era coisa demasiado melancólica.
Regressei... e em força! Muito obrigado a todos aqueles que nunca deixaram de cá vir e que permanecem em frente ao monitor, babados de tanta palavra bonita que o meu caríssimo amigo foi cá marcando :) .

James M.

sábado, 7 de outubro de 2006

Aparição

Hoje o dia fugiu à regra! Abriu-se uma excepção na repetitiva rotina, que já há muito se apoderou de todos os meus dias! Mas hoje ela tremeu!
Estava eu a passear-me pela rua, acompanhado pelo nada e pelo tudo...sentindo a belíssima briza que me acariciava a cara...quando, para meu espanto, te julgo ver!
Ali está, um perfeito exemplar da mais perfeita espécie à face da terra! Ali estava, especada mirando as flores no parque, uma rapariga possuidora de um corpo belissimamente bem torneado; de cabelos escuros, pele clara e brilhante...com toda a certeza, sedosa ao toque e doce ao sabor! Ali estava ela, a provocar-me mostrando-me as suas fantásticas pernas...provocando-me enquanto esperava por qualquer coisa...não me interessava o quê! Dela emanava uma aura de perfeição e harmonia: sobre ela todos os elementos entravam em acordo, e as discussões eram dissipadas...de certo que seria a mulher mais bela deste mísero mundo!
E então, ali permaneci eu...observando a sua leveza enquanto ficava de costas voltadas para mim, mantendo-me na dúvida se eras mesmo tu, ou apenas uma fiel sósia! Observei, e comparei... Tinha quase a certeza que se tratava de ti! Pulei de alegria, por finalmente poder tocar-te...brincar-te...saborear-te...provocar-te...amar-te, sem qualquer barreira de distância ou de pudor!

Mas foi então, que este sonho terminou e a muito convincente enganadora mostrou a sua verdadeira face, e nem de longe serias tu! Tu tens uma face perfeita, linda, impávida e serena, mesmo sorrindo com todos os músculos da tua cara! Tu tens os traços faciais mais harmoniosos que eu alguma vez pus a minha vista em cima, e esta reles imitação fugia totalmente ao teu padrão máximo de beleza! E para além disso, ela sustia um sorriso falso, numa tentativa de encantar todo e qualquer homem que lhe passava ao lado! Apenas se tratava de uma fútil qualquer, que de sentimentos pouco percebia!
De ti não se tratava, e então o meu coração chorou...gritou de raiva por, mais uma vez, me terem feito pensar que o meu maior desejo se cumpriria! Finalmente, eu tornar-me-ia, de vez, o homem mais sortudo do mundo, pois teria o privilégio de encostar, de levezinho, a minha mão sobre a tua pele, e faria-a fazer uma viagem pelo teu corpo...e de alto abaixo te tocaria...sentiria-te como um corpo, como um ser...como um todo perfeito e carinhoso...e essa dança entre nós não cessaria tão rapidamente assim...a música neste caso seria um pequeno detalhe, pois no que eu estaria concentrado seria em te olhar!
Olhar-te-ia de alto a baixo, quase como numa tentativa de tirar imensas fotografias mentais, para nunca mais te esquecer naquele momento! Para sempre, quando não estivesse contigo, bastaria-me recordar daquele momento em que foste tu mesma: perfeita!
Recordar-te-ia com a maior imparcialidade que sou capaz de ter: nenhuma! Confesso que a minha visão poderá estar "adulterada" devido ao meu enorme sentimento por ti, mas isso pouco me importa! Se para outros homens não és o ser mais perfeito que alguma vez existiu, existe ou sequer existirá à face da terra...para mim dizer isto de ti será pouco!

Hoje apenas foste uma aparição...algum dia serás verdade!

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

De Novo...Pela Primeira Vez!

Gosto de pensar na minha forma de escrever como um pintor tem de pintar: colocar-se em frente à tela...olhar bem fixamente para ela, e esperar...esperar que a tela lhe diga de que cores quer ser pintada, que formas quer tomar e por onde quer viajar! Se quer ser alegre ou triste, melancólica ou romântica! Assim o faço: fico aqui a olhar para todas as letras no meu teclado...à espera de que elas me digam a ordem em que se querem pôr para te fascinar!
Fico espectante, até elas me dizerem de que forma se querem vestir para te impressionar; de que forma se querem agrupar apenas para te trazer um sorriso aos teus lábios, doces e sedosos!
E agora...fico aqui, especado a mirar o meu teclado, com raiva das teclas que nunca mais se organizam...e fico a perguntar-me: Porquê? Porque é que não falam comigo?
E apercebo-me agora porquê: Porque para elas te impressionarem com metáforas mirabulantes e com comparações divinais...para o fazerem seriam precisas novas palavras no dicionário para satisfazerem os meus caprichos perfeccionistas! Pois eu acredito que para descrever algo tão belo, apenas belas palavras, envoltas em belas metáforas servem!
Para falar de ti, seria necessário eu entrar na mente de cada um que me lê e ensinar-lhes a ver, ler, falar e pensar de formas diferentes! Seria necessário eu infiltrar-me na mente de todos e formatá-la, de uma forma totalmente limpa de maus pensamentos, de terror e de angústias; e inserir novos dados, apenas com felicidade e alegria à mistura! Pois é disto tudo que tu és feita: de alegria, felicidade e um sorriso imenso, seguido de uma voz doce...A mais doce...A mais...A...
É o que tu es...tu és "Aquela", pois nada nem ninguém se assemelha a ti, pois nada arranha a perfeição como tu o fazes, pois nada é tão belo, tão poético, tão harmonioso como tu, e como tudo o que te compõe; qual música divinalmente bem escrita e tocada e interpretada! Pois nada, nem ninguém, te substitui, já que és a mais única de todos nós; pois será fácil encaixar-nos numa "classe" ou "esteriótipo" mas a ti não... A tua classe pertence à das estrelas...a tua classe pertence à do sol...a tua classe pertence ao raiar do dia, ao acordar da noite...pertence à lua, enquanto se coloca ao lado do sol vespertino. A tua classe pertence à dos violinos afinados e todos muito bem entrelaçados num ritmo perfeito...entoando hinos de amor e paixão!
A ti apenas se assemelham o som proveniente dos dedos do melhor pianista do mundo, enquanto tocam, de levezinho, as teclas do melhor piano de todos...enquanto ele toca uma serenata à sua amada! Apenas se assemelha o som cortante e exasperante de uma guitarra, a gritar pelo seu amor perdido!
Apenas uma harpa, na sua total harmonia, consegue aproximar-se do teu nível de perfeição, e mesmo assim permenece entre vocês uma diferença do tamanho do buraco da camada do ozono!

Dou-me pelo homem mais feliz de todos, pois possuo um amor como o teu: melodioso; e como o mais infeliz de toda a espécie humana, por não poder partilhar contigo todo e qualquer momentinho de todo e qualquer segundo! Qualquer um no meu lugar choraria rios salgados de lágrimas desesperadas, por não se poderem reflectir nesse teu rosto encantado...mas eu não! Eu esboço um sorriso na minha face por saber que me amas! Enquanto escorre uma pequena lágrima, brilhando qual estrela, por te amar!

Cada suspiro que sai de mim, ja a rastejar de tão perdido de amores que está...cada um deles entoa uma melodia desesperada e angustiante, por contar cada minuto que faltará para te ver de novo...pela primeira vez! Mas por enquanto, contento-me com essa tua voz de anjo, com esse teu sorriso de fada, com esse teu olhar hipnotizante!

E qual tom romântico que acaba, suspiro eu, mais uma vez, de novo...pela primeira vez...enquanto escuto a nova melodia a chegar devagarinho...baixinho baixinho...enquanto vai crescendo na sua viagem dramática, ao outro universo e de volta...apenas para te poder trazer riquezas e beldades jamais vistas! De repente ouve-se um grito afinado, entoando o teu nome...O meu coração chora por ti...para te ver, de novo...pela primeira vez...

E aproveitando esta onda, digo-te eu...em plena voz e de pulmões cheios...que te amo...de novo...pela primeira vez! @

domingo, 1 de outubro de 2006

Voltaste!

Finalmente voltaste...depois de imensos e longos meses de separação, voltas para mim com um sorriso nos lábios! Sinto-te mais claramente do que alguma vez senti; tenho mais certezas do meu amor por ti do que alguma vez tive!
Por esta altura estamos a fazer um ano, um ano repleto de desavenças...repleto de sofrimento....repleto de amadurecimento...repleto de coisas novas e boas, mesmo sendo más!
Contigo cresci, cresci imenso sentimentalmente! Aprendi a não pensar...aprendi a parar de raciocinar, nem que seja por breves minutos, mas aprendi que, na maioria dos casos, é melhor sentir. É a melhor escolha a fazer, sentir.
Agora voltaste para mim, mais sorridente do que nunca...voltaste para mim com uma força enorme, uma força tal que no primeiro dia em que nos vimos, não consegui deixar de fitar o teu tecto de cortiça; não cessei de tocar o teu chão de madeira negra; de acariciar as tuas cortinas poeirentas.
Deu-me tamanho gozo pegar nas chaves e rodá-las para abrir o teu mundo...para reabrir o teu mundo! Adorei voltar a arrumar-te, voltar a arranjar espaço para te percorrer, voltar a abrir as tuas portas enormes, voltar a encantar-te com música e luz e até de tratar de algumas feridas que o tempo te fez!
Agora, mais do que nunca, sinto-nos como um só; pois quando me deito sobre ti, sinto o meu corpo a afundar na tua madeira, e deixa de ser madeira, e deixa de ser o meu corpo, para passar a ser uma substância nova, uma mistura de energia, romance e misticismo espectacular!
Mais do que tudo, adorei voltar a olhar, de pés bem assentes no teu palco, aquelas cadeiras todas, bem alinhadinhas, que esperam por mais pessoas! Adorei voltar a libertar-me deste mundo real..desta realidade suja e injusta, para perder-me novamente no teu mundo, criado apenas por nós, conforme o nosso estado de espírito!
Voltar a estar junto de ti é voltar a nascer, é rejuvenescer...é libertar-me novamente...é voltar poder a gritar o mais alto que consigo...é retornar a inserir-me no grupo mais unido do qual alguma vez fiz parte...é voltar a ver caras da minha outra família...

Ver-te de novo é voltar a ser eu. É rever-me a mim próprio!

1 ano de Grupo Antígona!