quinta-feira, 31 de maio de 2007

Dualidades

É neste uníssono de destruição e vida, neste duo de ímpar e par, ying e yang, é que podemos crescer com bases sólidas…com uma personalidade forte, e completa… Sem vazios para preencher, pois o que se preenche tardiamente nunca encaixa muito bem.
É escusado eu resistir a mim mesmo…é escusado eu afastar-me de mim, pois é comigo que eu cresço, é assim que me fortaleço, enfraquecendo-me.
E mesmo que a “ele” me quisesse evadir, não obteria sucesso pois “ele” perseguir-me-ia para qualquer lado, e eu iria sabê-lo olhando um espelho! Pois o “ele” de que falo, sou, na realidade, eu… Quero dizer, é de facto uma versão minha, uma cópia algo maléfica, caindo no velho cliché de extremos que se tocam, opostos que se atraem!
Algures no tempo, tentei-lhe fugir das mãos, tentei escapar-me do poder que ele exerce sobre mim, apenas para chegar à conclusão que eu sem ele não passo dum cartucho vazio…de que eu sou mais ele do que sou eu… Não… Espera… Eu sou eu, e ele é cópia fraca, imagem que se desvanece, clone interior que pouco representa a minha personalidade! Pois a minha personalidade é um sítio escuro dentro de mim…bem dentro de mim, onde apenas eu sei chegar…ele não sabe o caminho…ele já se perdeu tantas vezes que decidiu criar o seu próprio espaço dentro de mim, sem consentimentos ou planeamentos! Apenas se apoderou de um pedaço de terreno baldio dentro do meu córtex e plantou-o: com sementes podres, impregnadas de sentimentos nefastos… embebidas em latim fétido, em emoções malignas, paixões consumidoras, amores impossíveis, homicidas!
Mas é ele que me expressa da forma mais clara; é através dele que eu consigo ser o que sou, sendo-o ele… Sempre o tive em mim, desconhecendo se fui eu que nasci primeiro ou ele…


(excerto de um trabalho em progresso)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

"Auani"

Envoltos numa imensidão de branco, tanto que ofusca a vista, acercamo-nos todos, bem próximos uns dos outros, mesmo daqueles a que estamos habituados a olhar de longe. Num clima intimista, uns sons primitivos iniciam a sua dança no meio de nós...questionamo-nos todos: Que se passa? Que sons são estes? O que é que eles vão fazer? Eles, os que estão sentados numa roda branca ela também; eles, brancos todos eles, não estão a mais que um braço de distância, podemos tocá-los, podemos senti-los, sentir a respiração, o tremer, o cabelo, os dedos, as mãos... As mãos começaram a mexer... Caminham lentamente na direcção de um abraço...um abraço redondo, branco, tranquilo, quase infantil...relaxante de tal forma, que eles descansam a cabeça uns nos outros... Começamo-nos a sentir pacíficos também, naturais mesmo...crianças de novo. E é então que retomam a posição inicial e encontram prazer no chão...alcançam-no, e colhem uma pequena semente, semente fértil, símbolo da vida! Passeiam-na entre o céu e o coração, para voltarem à mãe, à natureza.
Mais tarde, passam a tecer uns fios no meio da roda, brancos também eles. E é aí que entoam a canção: "Auani kuni auani, au au au bistana saia, auani bistini". É linda, é simples, é básica esta canção, e as vozes deles todas juntas, ecoam no nosso coração que nunca esteve tão próximo de nós mesmos.
Mas algo corre mal...O negro encontra uma brecha e invade-nos...invade-os! Trocam o branco pelo negro. E começam a morrer num ritmo crescente e desesperante... O nosso coração aperta! Sofremos nós também, ao ver, a menos dum braço de distância, tudo a morrer... Tudo a desaparecer, assim, em poucos minutos, causado por nós próprios!
Instala-se o silêncio...não se ouve nada, até as cortinas parecem compactuar, pois pararam de abanar ao vento, pararam de emitir ruídos... Porém, rompendo o silêncio, volta aquela canção... Volta na forma de suspiros, que crescem, florescem, germinam, e transforma-se em autênticos uivos de alegria! Já todos nós batemos o pé em êxtase! Todos nós, já regalados com o branco que julgámos ser só deles, entoamos a mesma canção em uníssono, esperançosos pelo futuro!

domingo, 13 de maio de 2007

Teatro

"Comédia de Rubena", do Mestre Gil Vicente

A interrupção deste infinito sarau literário já vai longa e, como tal, há que rejuvenescer as páginas esburacadas pelas minhocas dos livros.
A foto que está exposta, em cima, mostra os agradecimentos, por parte de cinco elementos do Grupo de Expressão Dramática/Teatro da Casa dos Arcos, ao público, após terem apresentado um pequeno excerto da peça que preparam já desde Janeiro e que deverá ser apresentada, na íntegra, nos finais de Junho, depois de toda a correria escolar ter acabado.
Esta mini-divulgação da peça, para dar o gostinho ao freguês, surgiu inesperadamente, em comemoração do aniversário do C.C.M. - Centro Cultural de Massamá, freguesia da qual não faço parte mas que já explorei muito mais do que aquela onde resido. Aliás, nem nunca lá entrei.
Devo dizer que esta apresentação de ontem correu bastante bem e que os jovens actores - que tiveram um grande desempenho, diga-se - levaram para casa a alegria e risadas do público.


Parabéns a nós!
(Ena, pá! Um gajo para quatro gajas! É muita fruta!)

terça-feira, 1 de maio de 2007

Parabéns, 'Necas'!

Parabéns para ti
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida

Hoje é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para a menina 'Necas'
Uma salva de palmas!

Venham mais 17! Quer dizer... mais que isso, de preferência!
Ricky & James M. (oh, a gente sabe quem são :P)