sábado, 26 de agosto de 2006

"A Minha Avozinha Tem Cá Uma Paciência!"

Era o que costumava dizer, sempre que me perguntavam de ti! "Ai...a minha avozinha tem cá uma paciência"..dizia eu na minha voz de criança. Com isto eu queria dizer que tu aturavas as minhas brincadeiras de miúdo: brincavas comigo à apanhada, às escondidas e às "pistolas" pela casa, mesmo com toda essa sabedoria em cima de ti, tu lá corrias de vez em quando...
Tu aturavas as minhas pistas de carros que eu construía na sala, aproveitando os traços do tapete! Pegava numas dezenas de carrinhos e espalhava-os pela sala! Ficava tudo "de pantanas", como dizias tantas vezes...Mas mesmo assim, sentavas-te num dos sofás, perto de um candeeiro, e punhas-te a coser enquanto olhavas para mim, com um sorriso nos teus lábios!
Aturavas-me mesmo quando jogávamos às cartas e eu fazia batota! E até me aturavas quando eu fazia a "festa" com as cartas! O que consistia em pegar no baralho e espalhá-las por tudo quanto era sítio! Aí sim, tudo ficava de pantanas!
Conseguias aturar-me mesmo quando tinha acessos de estupidez e, assim do nada, decidia que já não queria ficar mais em tua casa pelos dias combinados e que tinha de voltar logo para minha casa! Mesmo assim, tu acatavas o meu pedido e telefonavas para os meus pais, sempre com um olhar doce para mim.
Ainda me lembro de uma noite, em que eu fiquei doente não me lembro porquê. Eu estava mesmo mal dos intestinos! Não me aguentava de dores, e é de admirar como é que o caminho para a casa de banho ainda não estava esgotado! Mas tu, pegaste em toda a tua sabedoria e, apenas com um pouco de azeite e com movimentos circulares com a tua suave mão na minha barriga; apenas assim, conseguiste acalmar-me e então adormeci, mesmo antes de os meus pais chegarem para me levarem! Assim conseguiste que as dores terríveis dessem lugar a um sono tranquilizador!
Faltas-me tu...falta-me aquela casa pitoresca...aquela varanda onde, em dias de Verão calorentos, eu me punha, juntamente com uma espreguiçadeira, uma televisão e uma ventoínha! Falta-me o chão daquela varanda, que era eu que costumava lavar...quase sempre duas vezes, para ter a certeza que ficava bem limpinho para ti! Falta-me a tua comida...tudo o que fazias era delicioso! Uma autêntica delícia de um chefe francês...qual quê?! Muito melhor que isso! Eu até dizia que devias ter aberto um restaurante! Eu pagaria qualquer quantia para comer o que tu fazias com as tuas mãos! E eu às vezes ajudava!
Principalmente nos rissóis e no puré. Era sempre eu que o fazia; tu cozias as batatas e preparavas-me o "equipamento" todo. E lá ia eu, todo contente, fazer o puré...depois metia numa panela juntamente com leite....depois manteiga...e depois umas quantas pitadas de sal e pimenta, segundo o teu apurado paladar! Os rissóis tinha de ser com a tua ajuda...eu tinha medo de os estragar! Mas lembro-me de um dia que fui eu que os fiz todos! Tu estavas cansada...
Quando passava aqueles dias contigo renovava-me! Ali, tudo o que há de bom em mim vinha ao de cima, multiplicado! Eu fazia questão de te ajudar em tudo com imenso prazer! E era mesmo com prazer!
Na tua companhia, todas as frustações do dia-a-dia esvaneciam no ar e quando voltava para casa sentia-me leve....sentia-me bem.
Por isso é que quando partiste eu fiquei literalmente perdido! Sem rumo! Mais do que isso...sem um porto seguro onde atracar de vez em quando. Perdi aquele lugarzinho onde eu me renovava...perdi aquela pessoa com quem eu me soltava por completo! Com quem eu brincava...cozinhava...a quem eu até tentei ensinar Inglês!
Hoje em dia ainda me sinto algo vazio...já passou algum tempo, mas ele está a demorar a preencher o vazio que deixaste...nunca será completo na sua totalidade...eu sei disso...mas...ainda dói quando toco...
Mas, agora a escrever este texto; juntamente com as lágrimas que estão à beirinha dos meus olhos, ansiosas por saírem; tenho um sorriso nos meus lábios, enquanto recordo todas estas coisas!
Compreendo que...quando o assunto és tu...apenas existem boas recordações! Até quando eu decidi fazer magia com a minha "chucha" e a atirei para trás do móvel apenas para ser encontrada muitos anos depois...até isto recordo com um sorriso de orelha a orelha!
Eu amo-te, e para sempre te vou amar Avó! Espero que te orgulhes de mim em tudo o que eu faça com a minha vida! E acredita que tentarei ser sempre aquele menino que era quando ia a tua casa passar três dias contigo! Tentarei dar sempre o melhor de mim..em tudo e para todos!

"A palavra 'saudade' só existe em português, mas nunca faltam nomes quando o assunto é ausência" e eu tenho muitas saudades tuas "Avó Longe"...Piedade!

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Onde Andaste Tu?

Uma fotocópia! Alguém que vive da mesma forma que eu vivo e por isso me encanta!
Com tanto bom humor é capaz de iluminar o escuro como o bréu, apenas com um sorriso! Com aquele seu olhar, hipnotiza o mais experiente dos ilusionistas! Sem sequer baloiçar nenhuma bugiganga...apenas lhe bastam os seus próprios olhos! Com a sua forma de ser...de estar...ela é capaz de tornar um dia do mais nublado possível, num daqueles dias de Agosto, radiantes!
Bastou-me um sorriso dela para o meu mundo abanar! Bastou-me um olhar dela para todas as minhas bases de sustentação estremecerem! E, numa tarde de conversa, percebi que todas as minhas defesas eram inúteis! Tudo aquilo que eu tinha decidido como bom para mim...estava tudo errado! Estava tudo de pernas para o ar...ou será que foste tu que assim me puseste?
Foi como se me tivesses tirado o tapete debaixo dos pés e eu tivesse espetado a minha cabeça, directamente, no chão! Como se tivesse levado uma "injecção de paixão" que, rapidamente se propagou pelo meu sistema imunitário, qual veneno de cobra! Não que esteja a dizer que o meu sentimento por ti seja "veneno", mas que se propagou rapidamente pelo meu sistema imunitário? Ah, isso sim!
Em poucos dias as minhas defesas baixaram completamente...toda a memória de feridas passadas se apagou...elas sararam em poucos minutos e o meu coração...aquele que eu tinha jurado como morto, fechado para sempre, qual túmulo de um distinto faraó...esse, abriu-se novamente...
Libertei-me de antigos pesadelos, que deram lugar ao sonho que estou prestes a viver!
Acabaram-se os minutos de total desespero, acompanhados por lágrimas, antes de adormecer! Sentia-me tão vazio!
Sempre me considerei teimoso e forte, emocionalmente falando...mas...quando tu apareceste, essa força toda deu lugar a duas faces bem coradas e um espírito de menino...
Aquela segurança toda, da qual tanto me orgulhava, foi-se...juntamente com o orgulho! Tinha eu prometido, jurado até, que seria nunca mais, a altura em que me enamoraria outra vez! Que tolo que tinha sido...que sempre fui!
Esse "juramento" estupidificante e absolutamente ridículo, foi rapidamente posto de parte, excluído mesmo, pela tarde que passámos juntos! Na tarde não...no micro-segundo em que pus, pela primeira vez, a minha vista em ti...nessa pequena divisão do tempo apercebi-me que tal estava para acontecer!
Estava na cara que, mais tarde ou mais cedo, algo como isto aconteceria! Porque...porque...
Faltam-me as palavras para a descrever já que há tanta coisa para dizer que elas atropelam-se antes de saírem pelas pontas dos meus dedos!
Vá...vamos a ter calma: ela é "intelinita"...é...tem...uma forma de viver a vida linda! Ela é linda! Ela...tanto o interior como o exterior! Claro que o interior conta muito mais mas o exterior também aj...AH!
Vês o que acontece quando tento descrever-te? Entendes que, pela primeira vez (logo a mim...com tanto, suposto, jeito que tenho para as palavras), elas me falham! Elas, as palavras, falham-me quando te descrevo porque existe tanta coisa que gosto em ti, que a única palavra que me ocorre é mesmo "tudo"!
Em ti, tudo me encanta! Tudo é belo, formoso, lindo e bonito! Tudo se combina e mistura de uma forma tão perfeita! És a perfeita mistura entre alcoól e sumo de uvas, geradora num vinho fabuloso! És a perfeita combinação entre inteligência e ingenuidade, dando na pessoa mais bonita que conheço!
Bonita, porque sinto que já te vi o coração! A tua transparência maravilhosa concedeu-me permição de dar uma espreitadela para o teu enorme coração! Repleto de bondade e a transbordar de paixão pela vida!
Eu vou-me calar agora, não que já tenha dito tudo! Não! Muito mais tenho eu, aqui trancafiado a sete chaves, dentro da minha modesta mente! Muito mais quero eu dizer-te, com os lábios bem encostados ao teu ouvido! Mil e uma palavras tenho eu para condensar em duas apenas! Numa frase, demonstradora de tudo o que alguma vez te direi!

Para ti =) Acho que sempre o foi... Onde andaste tu? *

domingo, 20 de agosto de 2006

O Encontro (continuação)

Depois de dançarmos durante umas horas que me pareceram minutos, dirigimo-nos para tua casa. Foste tu quem deu a ideia, acompanhada por um pequeno sorriso a querer florescer nesse teu belo rosto! Assim foi...fomos para tua casa: um apartamento no meio da cidade, algo pitoresco, coberto de verde das heras e outras plantas que se agarraram a ele com o passar do tempo...Agarrar-me-ei eu também? Á porta de tua casa, antes de a abrires mas já depois de a teres destrancado viras-te para mim; as tuas bochechas estão rosadas, e o teu olhar vidrado com desejo! Viras-te para mim e roubas-me um beijo forte, tão forte que nos aleijamos um pouco mas nada poderá estragar aquele beijo...profundo e apaixonado! O beijo dura uns quantos minutos, seguido de umas quantas réplicas...direi que foi um autêntico 8 ou mesmo 9 na escala de Richter... Entramos, finalmente, em tua casa: está muitíssimo bem decorada; uma das coisas que me atraíu a ti foi o teu bom gosto; é pequena mas confortável o suficiente para dois..começo logo a fazer planos para o futuro...É muito aconchegante, e quente...não sei se do mau isolamento ou se do clima que arrastámos connosco! Toco-te na face com a palma da minha mão...está quente, quase a ferver! Noutra ocasião diria que tinhas febre, mas ali era totalmente explicável, até porque eu também me sentia a ferver por dentro... Depois de uns quantos beijos atabalhoados por estarmos a andar ao mesmo tempo, partimos uns quantos vasos e candeeiros, mas isso não importa: agora apenas nos queremos um ao outro, ali, naquela altura, naquele local...de uma forma ou de outra! Levas-me para o teu quarto...lá reside todo o tipo de arte, muita dela de tua autoria: lá está a tua viola, com a qual fazes inveja aos anjos...lá co-habitam contigo uns quantos quadros, pintados por ti...não percebo muito de arte mas gosto da tua...agressiva nas cores e suave nos traços...lembras-me tu...lembra-me o teu corpo...que dislumbro agora tal como ele veio ao mundo...vejo-o na sua perfeita natureza, sem nenhum tipo de cobertura, excepto a tua pele doce e delicada. Paramos por um momento com o nosso frenesim, patrocinado pelo desejo e pela paixão! Olhamo-nos, na nossa total nudez...eu entendo agora que estou diante de um autêntico anjo, que inferniza a minha cabeça todos os dias! Mas que beldade! Dela emana uma aura de tamanha beleza que ela carrega aos ombros...ela é linda em todos os pormenores do seu corpo optimamente torneado, e da sua cara....o seu rosto é digno de uma estátua grega de tão proporcional em todos os traços que é! Apercebo-me neste instante que, quase de certeza, sou o homem mais sortudo do mundo! Depois destes minutos voltamo-nos a beijar apaixonadamente, enquanto entrelaçamos as pernas um no outro...ambos nos desejamos! Amanhece...abro os olhos e sinto-me cansado...todo o corpo está dorido da noite de ontem! Tanta paixão e desejo que impestava aquele quarto que deixaste-me umas quantas marcas, não só sentimentais, como físicas...as tuas unhas cravaram nas minhas costas...mas só agora noto isso... Olho para o lado...e surpreendo-me...não porque não estejas lá...estás...mas se já me impressionei ao dislumbrar o teu corpo desnudo...impressiono-me muito mais agora ao olhar-te enquanto dormes...com um leve sorriso nos lábios, mostras a maior paz e tranquilidade que eu alguma vez já vi! Dormes o sono dos justos, de verdade! Permaneço a próxima meia hora de olhos fixos no teu doce rosto...impávido e sereno enquanto dorme...E apenas consigo pensar que foste minha esta noite...e de certo serás minha por muitas mais! Uma pergunta arrebata-me: Será que és tu? A "tal" para mim?

sábado, 12 de agosto de 2006

Irlanda, Aqui Vou Eu!


No dia 14 de Agosto deste mesmo ano, eu vou andar de avião! Pois é, finalmente irei mais longe do que Espanha, e visitarei, por 6 dias, a Irlanda.
Esta viagem ainda possui mais interesse pelo facto de ir com mais 15 filhas e filhos de empregados do Banco de Portugal, local onde o meu velho trabalha.
O Banco de Portugal possui várias actividades para jovens, desde desporto até colónias de férias e viagens a outros países.
Como, muito oportunamente, irei possuir a idade mínima necessária mesmo no dia anterior à viagem (faço 16 anos no dia 13, e voou dia 14) finalmente posso começar a participar nestas actividades!
Acho que será muito proveitosa porque entro em contacto com outras culturas, coisa que sempre me fascinou, para além de fazer novos amigos, coisa a que estou sempre disposto a fazer!
Portanto, irei parar a minha escrita neste site, novamente. Mas desta vez será por menos tempo, uns meros 6 dias!
Prometo fazer um relato desta viagem quando regressar. Confesso que a barriga já dá sinais de ansiedade pelas 5.30 da manhã do dia 14, hora do encontro no aeroporto com o resto dos viajantes (os outros 15, mais uma monitora e um chefe de departamento do Banco de Portugal).


Até ao meu regresso! Beijos e abraços =)

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Foste...És...Serás...Monga =)

Está escuro...escuro como o breu, e nada se salva de uma escuridão tão...penetrante! Não se vê absolutamente nada, e nem quando, supostamente, as pupilas já se deviam ter habituado à escuridão se consegue ver alguma coisa.
Não se vê nad...espera..Consigo enxergar qualquer coisa lá ao longe...está a acenar para mim devagarinho...tão suave...
De repente mil e uma cores assaltam-me a cabeça! Tenho conversas que duram dias inteiros! Oiço trezentas histórias em poucos minutos, e nem me importo com as repetidas! Não me importo de permanecer umas boas horas a ouvir, porque passam tão depressa! Permaneço calado e a minha boca apenas alberga um pequenino sorriso...de te ouvir...de te olhar...e se tiver muita sorte...assim só de vez em quando...a minha mão foge ao meu pudor...liberta-se da minha consciência e toca de uma forma repentina a tua!
Conversámos, conversámos e...numa bela noite...pumba! O meu coração começa a bater no meu peito como se tivesse chateado com o pobre coitado! A minha boca seca-se em poucos minutos e começo a engolir em seco, enquanto tremores me percorrem a espinha e umas gotas de suor frio passeam-se pela minha testa!
Durante aquele tempo, uma bosa nova e um samba intercalaram-se por longos espaços dos vários dias que escorregavam-nos como se andássemos no gelo!
Mas, se depois da tempestade vem a bonança...depois de uma longa bonança aparecem os relâmpagos...e terminou...sem terminar! Porque tamanho sentimento teima em não desaparecer, e os corpos não estavam juntos mas os corações insistiam em não se separar!
Agora baseamo-nos na nossa imensa amizade! Sinto-me cada vez mais livre, e tu também. Sinto-me bem, e tu também...Engraçado...sempre sentimos de igual forma tudo o que se passava connosco.
Acho que o que eu disse numa das nossas primeiras conversas aplica-se...Somos compatíveis! Mas serê-mo-lo como bons amigos que sempre fomos!
e...hey!...o passado não volta; apenas o podemos relembrar...o presente é instável; apenas o podemos viver...e o futuro?...esse ninguém o sabe!

Que contes muitíssimos mais, e que em cada final de cada ano penses que esse ano correu melhor do que o anterior e assim sucessivamente! Que chegues ao final da tua vida e penses que valeu a pena...pelo que foste e pelo que viveste! Não irei desejar que não erres...mas sim, que aprendas com eles...porque os erros não se riscam...
E (e este é um desejo que eu estimo bastante!)...que sejas feliz...seja com quem for, se é que seja preciso alguém para o seres...mas que o sejas!

Estarei sempre aqui! Para te ouvir...como sempre o fiz...com muito prazer =)
Beijo grande e Parabéns!

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

100 Posts, 100 Ideias, 100 Paixões

Estava eu a ler os comentários aos meus artigos num recente blog que criei, quando me aparece este tagarela a dizer-me: "Pá, gostava imenso que escrevesses o 100º Artigo do blog. Afinal, é teu!" É óbvio que não foram estas as palavras, mas o sentido é o mesmo.
Enfim... Estávamos em plena Consoada de 2005, quando me deu na gana de criar um novo blog. Todos os que criei até esta linda vida digital, apelidada de "Luminescente", haviam sido um fracasso. Bom, também havia decidido que havia de escrever só para me divertir, sem nenhum objectivo em concreto.
Fiz parcerias com alguém que hoje tem o nome de "Zaqueu", escrevendo dois blogs em que relatávamos os acontecimentos diários de uma turma bem simpática e divertida, que aceitou bem estes blogs, mas note-se que só o primeiro foi mais acarinhado.
Desta vez, teria de construir uma coisa que desse prazer em ler, e que, supostamente, fizesse rir.
Foi por isso que o blog que hoje é "Luminescente" se chamou antes "A Sogra". Tinha a intenção de inscrever este blog no programa da "Rádio Comercial", "O Meu Blog Dava Um Programa De Rádio". Achei que a comédia seria o melhor a fazer, pois, fazer rir e rir são coisas bem apetecidas da minha parte.
O Ricky era, desta vez, a pessoa mais indicada para o assunto. "Anda lá, vamos fazer comédia", dissera-lhe. Ele concordou, e assim se tornou membro deste blog, ainda com o nome, "A Sogra".
Ainda havia escrito um texto sobre uma sogra imaginária, quando reflectiu, e virou-se para mim, dizendo: "Sabes, acho que podemos fazer melhor sem escrevermos sobre um assunto em específico. Porque não fazer um blog de tema livre e escrevermos sobre tudo e mais alguma coisa? Que tal?".
Concordara.
Realmente, seria melhor que se fizessem as coisas assim. "Deixo o novo nome ao teu critério. Ciao, que tenho de me ir embora!". Hmm... um novo nome..., começara a imaginar uma hipótese. Então, lembrei-me de algo que ainda não tivesse sido usado, 100% original, e que causasse mistério. Porque não...? Luminescente!
Prossegui às alterações do endereço e do título.
Assim se escreviam artigos, quase diariamente, batendo um recorde impressionante. Dois artigos por dia, ou um por dia, sempre com ambos os autores a participarem, em menos de um mês mais de 50 artigos haviam sido publicados. Impressionante!
E o melhor de tudo, é que os artigos falavam de temas. Vários temas. Uns mais óbvios, outros mais misteriosos, com um pouco de quotidiano e paixão à mistura, o blog ganhava cada vez mais vida, com cada vez mais pessoas a interessarem-se pelas ideias de 2 jovens de 15 anos que, segundo algumas opiniões publicadas por visitantes, escreviam de forma excelente.
Com o crescente sucesso das histórias de James M. e Ricky, era necessário, acordaram ambos, passar a uma reestruturação visual do blog. O título havia sido substituído por uma imagem estática, onde se encontrava o reflexo da Lua sobre um lago e outra com a imagem actual que apresentamos no "Flash".
O fascínio de James M. por efeitos visuais nos sites da internet haviam-no convencido a arriscar fazer uma animação daquele género. Assim fez, sendo esta a segunda animação exposta.
Os dias iam passando, e nada de notícias sobre o programa da rádio, que tinha apenas começado dois meses depois de o blog ter sido criado. Até hoje, não houve qualquer resposta. Isso e a falta de inspiração momentânea fizeram-me retirar a minha identidade deste blog para, no final de Julho, ter iniciado um outro blog, uma espécie de romance, quando já havia parado a escrita quase há três meses.
Muitas são as histórias deste blog ou "refúgio digital", como havia sido descrito no início dos seus dias, muita gente por aqui passou e continua a passar. Muitas desilusões, muitas alegrias. Assim se vive a vida, assim se conta parte da mesma neste cantinho.

Um abraço a todos os leitores que aqui marcaram e continuarão a marcar, de certeza, presença,

James M. & Ricky

sábado, 5 de agosto de 2006

"I Hope Some Day You Have It All!"

Sempre ouvi dizer que "é de pequenino que se torce o pepino", e foi isso que aconteceu com a nossa relação! Conheci-te quando cheguei a este novo local, que muita tinta faria correr ainda!
Mas assim que eu cheguei...no segundo dia, mais coisa menos coisa, vi-te à janela e, mesmo sendo eu pequeno demais para perceber isto, tive uma espécie de pressentimento que nós íamos ser grandes amigos! Pelo menos, nesse momento, desejei-o bastante!
E assim aconteceu. Passado umas quantas semanas acabámo-nos por conhecer, um pouco por acaso; lembro-me perfeitamente desse dia: estava eu com os meus recentes amigos, quando apareces tu vinda do nada e "atropelas-me" com a tua bicicleta, já sem rodinhas!
Engraçada a forma como nos conhecemos...mas assim foi...conheci-te...e fui-te conhecendo...e fomos crescendo...acho que foi esse o mal...
A nossa amizade resistiu a muita coisa: possíveis despedimentos de governos inteiros; polémicas em organizações do estado, até resistiu a guerras no Médio Oriente! Mas, sejamos francos, esses assuntos passavam-nos totalmente ao lado naquelas imensas horas, nas quais passávamos o tempo a conversar...acho que em algumas dessas conversas tivemos certas epifanias e inventamos teorias racionais!
Até que chegou um dia, no qual eu voltei da escola e, como sempre, fui ter a tua casa. Tu tinhas ficado em casa, porque estavas a chocar uma gripe, e então, assim que desci do carro, fui logo ter contigo! Toquei, entrei, cumprimentei a tua querida mãe, e mirei-te! Ali, deitada na cama, tão linda como um anjo!
Nesta altura já tínhamos idade suficiente para compreender que...talvez...mas acho que foi esse o problema...
Eu estava um pouco chateado, o dia não me tinha corrido assim muito bem e tu, com o teu sentido maternal muito apurado, deitaste a minha cabeça no teu colo e passaste a tua suave mão pelo meu cabelo.
Neste momento apercebi-me...mas fingi que não...
Depois de me perguntares o que se tinha passado e de teres, com uma paciência de santa, ouvido-me, levantaste-me a cabeça e deste-me algo que há muito tinhas guardado para mim...e, acho, que há muito eu desejava! Beijaste-me...e eu beijei-te...beijámo-nos com um carinho enorme! Um primeiro beijo suave, mas muito apaixonado!
Nesse beijo, o amor que se escondia bem dentro de mim, despoletou e passei-te a amar como nunca tinha amado ninguém!
Foram 6 meses memoráveis! Sempre que voltava da escola, lá ia eu, todo contente, ter contigo, que chegavas sempre antes que eu. Durante esse tempo posso dizer que fui feliz! Entendíamo-nos tão bem! E a base de amizade que tínhamos era inabalável...eu, que sempre tive problemas em confiar nas pessoas, confiava em ti cegamente!

Foram 6 meses memoráveis!...terminados num fim de tarde para esquecer...
Nessa tarde, tive um furo no meu horário e fiz questão de voltar o enorme caminho a pé, para casa, só para poder estar mais tempo junto de ti! Que estúpido...
Cheguei à nossa rua, dirigi-me para o teu prédio...e deparei-me com a minha desgraça! Vi-te...estavas com esse teu cabelo castanho a esvoaçar ao sabor do vento...o teu belo corpo bem torneado estava virado de costas para mim...e de frente para ele...e esses teus lábios...lábios que eu pensava serem só meus...estavam colados nos dele!
Eu, que sempre fui pacífico, desatei a correr, como se tratasse de alguma prova de atletismo...separei-vos...e esmurrei-o...uma, e outra, e outra vez até ele cair no chão...mas continuei com pontapés...algo que eu sempre desprezei, fi-lo: bati-lhe mesmo estando ele indefeso no chão...
A fúria cegou-me da mesma forma que a minha confiança por ti o fez! Não parei até sentir-me totalmente esgotado!
Nem mostrei qualquer mesericórdia pelo pobre ignorante, que desconhecia a minha existência...ou a "nossa" existência...nem mesmo quando ele chorou, pedindo que eu parasse...nem assim eu parei...só parei quando os meus músculos assim me exigiram!
E depois disto tudo, fiz a maior força...o maior esforço: olhei-te nos olhos...para bem fundo dos teus olhos, já vermelhos das lágrimas que corriam pelo horror que foi aquela cena! Olhei-te...e olhei-te...e olhei-te...e disse: "Espero que sejas muitíssimo feliz...que um dia penses para ti mesma que tens tudo o que algum dia sonhaste em ter...e quando morreres...vai abrindo as portas do inferno para mim..."
E desviei o olhar, com tamanha frieza que até agora, ao recordar este deplorável episódio, dá-me arrepios!
Se me arrependo do que fiz? Sim, o pobre rapaz não merecia sofrer às minhas mãos, porque, mais tarde ou mais cedo, sofreria nas tuas! Ele nem sequer sabia que os teus lábios tinham um "cliente habitual"! Se me arrependo do que disse? Sim...nem sou tão mau rapaz assim...

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Obrigado...

Quando me vi em frente a este monitor, meditando o que escrever para te agradar...fiquei sem palavras...Nada me vinha à cabeça senão um "obrigado": Obrigado por me teres emprestado o teu ventre por nove meses, mesmo querendo eu ficar mais tempo no quentinho da tua barriga!
Obrigado por te preocupares comigo! Porque apesar de eu refilar e queixar-me do teu zelo exagerado, sei que esse dito cujo é uma prova do teu enorme amor de mãe!
Obrigado por andares constantemente "em cima de mim", à coca de qualquer deslize meu para profilares uns quantos conselhos muito convenientes, ou soltares um "tem cuidado" sempre propício! Apesar de te chamar de "chata", sei que apenas desejas o meu bem, e assim tentas evitar quaisquer problemas que eu possa ter!

Tu és o meu alicerce máximo...és o cantinho mais confortável, aonde eu vou sempre ter quando algo me apoquenta...
És das pessoas que mais me compreende, acho que sem saberes...E das pessoas com quem mais aprendi...disso tens a certeza!
Tu és a razão do meu sucesso escolar, pois nunca deixas de me incentivar a dar o meu melhor a fazer o que seja! Talvez seja por isso que sou tão perfeccionista com as coisas que faço. Mas se me esforço, só tenho é que te agradecer!

Dizes que um dia escreverei um livro com a tua história, com a vossa história...coma nossa história. Eu poderia escrever um agora mesmo, de tão grande que é o meu sentimento por ti!
Tocas-me na alma com uma palavra de carinho e mesmo quando recuso as tuas "festinhas", tu sabes que te amo acima de tudo!
Quando te sentes mal...em baixo...o céu fica encoberto porque a razão de o sol nascer é para ver o teu lindo sorriso!
Mesmo quando discutimos, por razões que ultrapassam a razão, nunca consigo deitar-me sem fazer as pases contigo.

Eu sigo uma filosofia de vida que é dar o máximo valor à dita cuja...pois mãe...perdão pela repetição, mas...

Obrigado, por me teres dado a vida! Deste-me a maior prenda de todas...a dádiva de poder viver...o dom de poder viver...

Obrigado mãe!

E muitos parabéns! Que contes imensos, e que cada ano seja mais feliz que o outro. Mas agora peço-te um favor: Fica perto de mim, porque sem a minha base de sustentação...sem tu a "chateares-me"...onde vou eu parar?

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Ironias...


A vida é tão irónica...sarcástica mesmo! Quando pensamos que tudo nos corre bem...PÁS...vem a mão cruel da vida dar-nos uma estalada bem dada...em cheio na bochecha, com tanta força que deixa uma marca para o resto dela própria!
Quando dizemos para nós mesmos, em tom de desabafo, que estamos felizes...se for preciso, no minuto seguinte perdemos algo...perdemos...alguém...
A vida é de tal forma irónica que chegamos a entoar um riso concordante com as lágrimas pesadas que nos correm pelo rosto! E perguntamo-nos: Porquê eu? Porquê agora? Porquê?!
Mas ela, a vida, é feita de fases...umas terríveis...e outras muito boas...Acho que é uma forma que a vida tem para saber quem é que a merece verdadeiramente! Pois, para quem ultrapassa as fases horrendas e obscuras como as trevas, há sempre uma recompensa proporcional à desgraça incutida na pessoa!
É assim que nós aprendemos com a vida...É apanhando estas bofetadas, tão fortes que fazem tremer todos os nossos alicerces de sustentação, e mantendo a cabeça erguida! Mantendo a cabeça erguida para que mais tarde, a vida não nos passe em frente e nós não a vermos a acenar, porque estamos de olhos postos no chão...a chorar pela desgraça!
E se não fossem estas tragédias que a malfadada vida nos "oferece", nós não daríamos o valor devido áqueles momentos de extrema felicidade! Não saberíamos o que era o amor, a amizade pura..não apreciaríamos as boas coisas da vida, que fazem a maioria, tanto em quantidade como em sentimento!

A vida é a maior dádiva de todas...por isso é que é preciso ser-se corajoso para viver...e não apenas existir!


Quero que saibas que estou contigo para tudo o que der e vier, e só não te ofereço o meu ombro para chorares devido à distância que nos separa...mas sempre que precisares de desabafar, eu estarei aqui! Para te ouvir, para sofrer contigo, para ultrapassar tudo e mais alguma coisa...contigo!

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Volta...Sinto A Tua Falta...


Volta...
Entraste na minha vida quase que por um mero acaso...Uma coincidência pela qual eu já anseava há bastante tempo! Uma casualidade desejada desde há muito!
Nem te queria conhecer, receei-te logo a partir do início..tinha medo de errar...tinha medo de ti! Mas o meu amor por ti desde há muito que crescia e subjulgou qualquer frio na barriga! Qualquer tremor nas mãos, ou qualquer sintoma que o medo faz cair sobre nós!
Acabaram por nos apresentar um ao outro, apesar de eu já te conhecer dantes: já te conhecia dos sonhos em que sonhava contigo; já te conhecia das brincadeiras no recreio; já te conhecia das pequenas brincadeiras que fazia com outros apaixonados por ti!
A nossa relação foi crescendo a olhos vistos, e o meu leque de amizades tornou-se ainda mais obeso graças a ti! E não foram apenas amizades fúteis, mas sim, daquelas amizades que se não durarem uma vida inteira; pelo menos serão recordadas durante uma!
Mas agora...dou por mim a escutar as nossas músicas e sou assaltado pela nostalgia...pela saudade; pequena em tempo mas enorme em sentimento!
Em certas alturas do dia ainda tento fazer aqueles pequenos gestos que fazíamos juntos, mas nada é igual...falta-me a madeira...falta-me a cortiça...falta-me o preto...faltas-me tu!
Entraste na minha vida de rompante, como um furacão repentino; ou uma tempestade seca que, de um momento para o outro, solta os seus relâmpagos encantadores!
Mas...deixaste-me...e sinto muito a tua falta...
Numa música, Gabriel o Pensador diz: "A palavra 'saudade' só existe em português, mas nunca faltam nomes quando o assunto é ausência!" Pois eu tenho saudades tuas em todas as línguas...E o teu nome...ele permanece junto a ti, bem dentro do meu coração, da minha mente...das minhas mãos...das minhas pernas...das minhas ancas...dos meus ombros...Estás dentro do meu corpo de uma forma tão profunda que chegas a moldar a minha personalidade de uma forma inédita!
Dou por mim mais irritadiço...dou por mim mais rabugento...dou por mim mais preguiçoso...dou por mim mais cansado...
Faltas-me tu...
Volta...