terça-feira, 17 de abril de 2007

Solto-te, Soltando-me, Soltando-nos

Olho em volta... Passo a paisagem que me rodeio a pente fino, e destaco todas as irregularidades, todos os defeitos...todas as fealdades...porque belezas não há...eu não as vejo, ou não quero ver...com medo...
Odeio tudo o que a minha vista toca...sinto-me repugnado pelas pessoas que passam...todas tão feias, todas tão sujas e nojentas...repudio-as! Com todas as minhas forças! Não as suporto mesmo sem as conhecer, e se as conhecesse a minha única fixação seria em aniquilar a sujidade...eliminá-las!
Porque é que há tanta gente suja? Porque é que há tão poucos "limpos"...puros, poupados por esse mundo fétido! Por esse mundo podre e nauseabundo! São tão poucas as pessoas que dignam sequer a sua existência...ainda menos as que valorizam a sua própria vida! Todas a valorizam, mas de uma forma supérflua! De uma forma...deprimente...deprimentes, temem por ela, pela vida e agarram-se a ela como a um tesouro monetário! Passa-lhes ao lado tudo! O valor dela, o verdadeiro! Não o vêem!
Não interessam...que morram, que desapareçam! Não as suporto...que morram!
As pouquíssimas que valem de algo não eliminam o tamanho nojo que sinto pelas outras...são tão poucas que se afogam num mar de insalubres! Num mar doente de multidões corrompidas pela vida, por aquela vida a que eles se agarram...ela virou-se contra eles, ela traiu o amor interesseiro que eles lhe tinham! Ela revoltou-se: como se atrevem vocês a se limitaram a temer a minha perda!? Valorizem-me, valorizem-me...pelo menos enquanto me têm, que não sei quanto tempo mais aguento colada a este corpo...anseio por voar, destruí-lo, despedaçá-lo, partindo para outro corpo, um mais belo, um menos belo...outro qualquer que deste já estou cansada!
As poucas pessoas que a vêem com olhos de ver, que a ouvem ouvindo-a, são felizes...esses merecem-na porque a sabem valorizar. Estes não temem a morte, pois sabem que essa não passa de uma fase da outra...de que vale adiar a morte se ela continuará sempre e sempre a dirigir-se contra nós num ritmo alucinante? Mais vale aprender tudo o que se pode aprender...beber e comer toda a vida que somos capazes para podermos dar um sentido, mesmo que patético, a esta nossa viagenzinha....tão pequena...tão curta...tão romba...tão sem sabor que nem nos permite piscar os olhos!

Pois acordem, gentinha pútrida! Olhem para o que está à vossa frente! Cessem de viver vidinhas insignificantes...parem essa vossa existência fútil, que serve apenas de mau exemplo para as gerações vindouras! Desistam de insultar quem vive, no verdadeiro sentido da palavra, com essa vossa imitação de feira! Com essa vossa existência podre, corrupta, auto-infeliz (são vocês os culpados de vossos males!)...

Raiva, ódio, nojo! BASTA!

Insultam-me a vista com tanta insignificância... E vocês, que lêem tamanhas exacerbarias, pensando que lhes escapam ao lado! Vocês, que erguem o vosso queixo para o alto, como se de deuses vos tratasses...Vós sois também alvo de críticas!
Julgam os demais na sua insignificância mas de insignificantes vocês não passam! Estabelecem os padrões do "normal", do "aceitável", do "razoável"...pois que se danem os vossos padrões! Se quero ser, serei! Se quero fazer, farei, pois em nada prejudico os demais...o único alvo de prejuízos poderei até ser eu, pois esse é um direito que me reservo!

E tu...sim tu, que escreves mesmo neste momento tamanho texto, repleto de idiotices...envergonha-te...pois pior que todos eles és...mais vil, nojento és pois nessa tua roupagem de bom rapaz, escondes uma mente obscura e envolta em trevas! Tenta-la esconder, pois não conseguirás...de vez em quando eu saio para "brincar"...digo o que tu não és capaz de dizer...solto-te, soltando-me, soltando-nos! Grita de dor! Berra de fervor pela vida, de repugnância de tudo!...

E de nada... Calma... Deixa passar... São normais as tonturas, a elas estás habituado...acalma-te e acalma teu coração...já foi...já passou. Voltei.

PS: Pessoal que leu o texto acima publicado, não a tudo o que pensam! Não eu não estou doido (mais), não, eu não tenho qualquer desejo homicida, suicida, genocida! É só um texto, um novo estilo que me apeteceu explorar. =)

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Amor Querido,

Tens um nome bonito. Muito bonito. És uma menina bonita. Muito bonita.
Gosto dos teus olhos. Têm uma cor igual à dos meus. São cor de avelã.
Gosto do teu cabelo. É castanho, como o meu. Fica claro à luz do Sol. É comprido, sedoso... Tem um cheirinho bom. Gosto de lhe dar beijinhos.
Gosto de te dar beijinhos a ti.
Gosto do teu nariz. Também gosto de dar beijinhos no teu nariz. É pequenino e fofo.
Tu és pequenina e fofinha.
Gosto das tuas mãos. São pequeninas. Cabem nas minhas.
Gosto dos teus braços. Gosto mais quando estão à volta do meu pescoço, que fica bem lá no alto. Gosto do teu pescoço. Gosto muito do teu pescoço. É bonito. Sim, também gosto de lhe dar beijinhos. Muitos beijinhos.
Gosto da tua barriguinha. Do teu umbigo, também. Gosto de ter lá a mão. Gosto de te fazer cócegas que não tens. Não, não precisas do ginásio.
Gosto das tuas pernas. Não, não são gordas.
Gosto dos teus pezinhos pequeninos e elegantes.
Gosto de te abraçar. Gosto muito de te abraçar. Gosto de te sentir nos braços, nos meus braços.
Gosto de te beijar. Gosto muito de te beijar.
Gosto de saber que és feliz.
Gosto quando me chamas "Amorzinho", "Tontinho", "Fofinho"... Chamaste-me "Pequenino". Gostei que me tivesses chamado "Pequenino". Tu és "Pequenina".
Gosto de ti...
Gosto muito de ti...
Adoro-te...
Adoro-te muito...
Amo-te muito!

" 'Cause I Want You...!"

E vai 1!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

De Todas As Outras, É A 7.ª

E, assim, passou um ano desde o primeiro dia de filmagens. Curioso... todos aqueles que o queriam ver ainda não lhe puseram a vista em cima. Mas também é verdade que as edições em Disco Versátil Digital levam sempre mais algum tempo. Só que... tanto?

Boa Páscoa (A todos os cristãos, isto é. Todo o herege e ateu deverá ser banido de locais tão sagrados quanto a casa de Deus)!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Esta Última Semana

Tomo consciência da minha respiração... Bocejo... Recupero o fôlego e volto a aninhar-me nos lençóis...
Entreabro os olhos e olho para o tecto branco, para as paredes do meu quarto, paredes que foram amigas nos últimos dias...as únicas...
Levanto-me devagar, e meto à garganta um gole de água para afastar a secura...mal consigo engolir...
Saio da cama a cambalear, cheio de tonturas, mal consigo ficar quieto em pé...por momentos sinto a terra a mover-se debaixo de mim, ou serei eu que perco o equilíbrio?

Este tem sido o meu estado nos últimos dias...adoentado, febril, desiquilibrado (um pouco mais do que costume)...sem ânimo e sem vida...fatigado com os mais pequenos esforços e frustrado comigo mesmo por não poder agarrar todos os momentos da pausa laboral!
Porque estou de férias mas doente, e por isso não vi mais do que as paredes de minha casa, e durante dois dias apenas as do meu quarto! Tornei-me claustrofóbico! Na última noite já não conseguia dormir de jeito, devido à dor de cabeça que me atormentava! Eu precisava de sair!! Sentia-me prisioneiro da minha própria casa, e pior, prisioneiro da minha própria mente!
O pior deste estado doente, não é a doença física em si, é a insanidade mental que se instaura em mim por estar trancado, sem ter uma janela por onde respirar ar puro e fresco, sem ter nenhuma porta por onde fugir e correr livre como o vento!
Aprendam isto sobre mim: sou viciado na liberdade! Em todos os seus aspectos! Agora imaginem um animal selvagem seja ele qual for, habituado a correr pelas savanas, a nadar pelos mares, a voar em direcção a novos horizontes...imaginem-no trancado, adoentado, febril, num espaço confinado, proibido o que lhe é natural: ser livre. O que acontece ao animal é que ele começa a endoidecer, isto no homem. O homem, privado de "socializar", enlouquece! E este efeito em mim antecede-se!

Torno-me paranóico, olho para qualquer canto da casa à procura de um "furo" no prédio...olho para a minha janela de quarto andar como uma porta para os campos verdejantes... Cada vez que a porta da rua se abre é uma tentação...correr e empurrar todos os que se puserem à minha frente, isto para poder apenas sentir o asfalto nos meus pés... E cada vez que se volta a fechar é uma tortura para este pobre animal, que ouve o som da liberdade ser abafado pelo fechar impetuoso da porta!

Mas, à primeira oportunidade, saio! E saí, assim que me senti melhor saí, como um miúdo pequenino, a correr desalmado, a fatigar-se rapidamente mas ficando feliz com as galopadas atrás da bola, com as reviengas nos adversários, com os remates tortos, até com as velhas dores do ofício!

E pronto, a mente lá voltou ao lugar e pude voltar a respirar fundo e fresco, todo eu. Assim, tive a certeza que já estou bom, e pronto para tirar proveito desta pausa laboral!