segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Há Dias, Mas Também Há Momentos

Há dias em que me vejo, estupidamente, a rever 8 regras de validação de silogismos, pronomes e determinantes possessivos franceses, textos de opinião jornalística, estruturas como "have something done", mercantilismos e fisiocratismos ou até mesmo a PAC no contexto da agricultura portuguesa. Responsabilidades fúteis e inúteis que pouco ou nada reflectir-se-ão no futuro, e que cansam. Já sei de cor a conversa dos universitários, "quando chegares à faculdade é que tu vais ver!". Tretas. Sinto-me cansado. O facto de ter feito uma viagem de 800 km, no total, repartida pelo sábado e pelo domingo mais recentes também pode ajudar, mas a cabeça é que não dá para muito.
Há momentos em que me ponho a olhar para as tuas fotos e nada concluo. Sabes que mais? A Filosofia torna-se útil para metáforas: penso em premissas nulas e não chego a nenhuma conclusão. Que coisa tão triste! Tanto a Filosofia, tanto a piada, tanto a dor.
Há dias maiores de que os momentos. 5 horas uns dias, 6h30 noutros, a ouvir conversa. Conversa essa que se traduz no ordenado dos outros. E na minha felicidade? Essas conversas traduzem-se, alguma vez, na minha felicidade. Não. É só perda de tempo.
Há momentos em que penso estar farto de todas estas futilidades. E estou. Mas quero chegar longe... o problema é que o caminho corta os pés, por baixo. Cortes profundos. Enfim, mesmo que se calcem sapatos, ténis, ou outro tipo de calçado, há momentos em que estes se rompem.
Há dias em que me vejo concentrado a escrever peças. Na verdade, até hoje foram só 2, falando num calibre mais elevado. Pequenas coisas de 10 a 15 minutos já me ocuparam tempo, mas isso já lá vai. O Teatro está cada vez mais sério, agora.
Há momentos em que penso em Teatro. Liga-me não só à arte em si, mas a ti também. É o que já disse um blogger da família, "os velhos podem ser felizes ou infelizes. E aí já toda a gente lhes dá razão". Já os jovens, se escrevem coisas assim, são depressivos e precisam de acompanhamento. É assim que pensa a fase intermédia da vida. Os adultos. É fantástico. Basta que me toquem e têm logo a mania de ter a certeza de que se passa algo de errado. O que foi? Já não posso dizer que a escola é, literalmente, perda de tempo? Deixem-me fazer um Grupo de Teatro e logo vos digo se a imaginação não traz umas massas. Mas pensarem que é só cansaço não faz parte dos seus planos. Quero cometer suicídio, ali, limpinho. Há pessoas tristes, que se julgam grandes entendedoras de um determinado assunto e não percebem nada. "Já fui da vossa idade". Pois... e a "perguntinha"? Perguntam-se vocês "qual perguntinha"? É esta: "que tenho eu a ver com isso?".
Deixem-me em Paz, pá. Metam-se nas vossas vidas que eu meto-me na minha. Depois digam que sou rude porque estou com sono.
Ah, mais uma coisa. Querem que vos conte um segredo? Olhos verde-esmeralda? "Nah"! Foi mais um engano. E a escolha definitiva? Será plausível? Talvez. Ou talvez não. No último ano tenho vivido muito ao lado da Magia. Passam-me ilusões à frente e nunca chego a descobrir os segredos da sua origem.

"Boa noite. Eu vou com as aves".

P.S.: Parabéns aos "Pontos Negros" pela estreia na rádio Antena 3. Assim começam grandes bandas! Força aí!

3 comentários:

  1. sabes, vou dizer-te o mesmo que disse ao Zakeu: "Já somos dois...não posso dizer que estou infeliz, mas feliz não estou de certeza!" Mas é bom! É bom estármos descontentes com a nossa vida, só assim é que fazemos algo por nós! Só assim é que somos obrigados a mexermo-nos!

    Mas já sabes: Companheiros até ao fim! Seja qual for o fim ;)

    Abração [][]

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  2. Bom, ia dizer o mesmo que o Ricky, mas pronto.. Por isso não vale a pena repetir! =P Mas irrita-me solenemente ter de estar sempre a "sorrir" em casa!!

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  3. os anos intermédios são a pior coisa que há.
    atam-nos o corpo inteiro, a começar pela cabeça.

    ups, que entrei sem pedir.a culpa é do david que vos tem linkados

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