domingo, 22 de julho de 2007

Os B's Pelos B's

Na sarjeta... É onde me encontro... Mas o que é que isso interessa? Sinto-me um rei! E porquê? Fiz-te rir. O causador do teu riso fui eu, através de um trocadilho parvo ou de uma boca perspicaz, catalizadora de uma reacção em cadeia. No entanto, eu só ouvi o teu riso, eu so vi o teu sorriso. De que interessam os outros? A alguém é certo, a outrém, melhor dizendo. Sinto-me uma criancinha com uma paixoneta pela professora... Sinto-me um falhado, perdido de amores pela deusa do prédio... Sinto-me mal...porque neste momento o teu cheiro a camomila não invade as minhas narinas, embriagando-me, seduzindo-me pouco a pouco, de uma forma tão inocente, que se torna preversa! Prevertida! Suja! Doce! Que prazer...toquei-te... Ao de leve...a tua pele roçou a minha, arrepiaste-me, sorriste para mim...apenas uma pequena elevação no lábio, um olhar sensual, no canto da vista...e depois tiraste o olhar de mim, e voltaste-te para outra pessoa qualquer, nem me lembro quem, num sinal de desprezo falso. Dás-me a entender que me queres, mas que tenho de trabalhar para isso... Fazes-me crer que és fácil... Mas quando me entrego por completo e deixo-me cair, esperando que me segures, tiras as mãos e deixas-me estatelar no chão, que nem uma folha seca se estatela no Outono. No entanto, eu troco a suave queda, por uma abrupta e voraz e... ...Sedenta de almas, é como eu te vejo. Sedenta de uma alma para colher, cortar o caule bem juntinho ao chão, e manusear com cuidado, para não dobrar nenhuma folha. Porém tu...tu esqueces o cuidado, e atiras-te de cabeça para os meus braços, não te preocupas com a poda cuidada e exacta... Vais directa para o prazer que és capaz de retirar do perfume desta humilde alma, ludibriada pelos teus encantos, que já não é capaz de fazer sentido... O que me custa nisto tudo... O que mais me dói não é a constatação de mais uma mão cheia de sentimentos atirados pela janela, à sorte do vento, esse sábio viajante... O que mais me vai marcar é a crueldade da vida: acena vigorosamente, saudando-me, enquanto segura na mão um punhado de felicidade! Mas à medida que me aproximo, à medida que me entrego a este aceno, a esta saudação... À medida que me solto de todos os grilhões (toda a consciência, todo o raciocínio, toda a razão e sentido), a vida vai abrindo devagarinho a sua mão delicada, e deixa escorrer cada pedacinho de felicidade... Até que ela toda se esparrama no chão, mesmo no momento em que alcanço o aceno. De qualquer forma, vou guardar a memória esperançosa daquele aceno interminável, infindável, abrilhantado pelo punhado de felicidade...Uma felicidade total e completa e duradoura e linda e bela... E agora volto a rastejar para a minha sarjeta, aquecida pela imagem do teu sorriso... Volto a subjulgar a minha imaginação à realidade.

2 comentários:

  1. Passei para deixar um bj depois de ler este texto, já não vinha aqui a algum tempo

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  2. na sarjeta? ..aiai..tas smp a dar-me na cabeça por causa desses pensamentos menos positivos e agr keres ver k sou eu kem vai ter k t dar um sermao sobre essa mania nada saudavel de nos inferiorizarmos? =P
    Opha, sai da sarjeta, vive esse bonito texto com palavras das quais ja tinha saudades pois ja ha mto n passava por aki, mas n voltes "a rastejar para a sarjeta" pois n é esse o teu lugar.

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