quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Teatro Antígona


Estava eu com o meu camarada Ricky, 6ª feira, 16 de Setembro de 2005, numa sala aspirante a trabalhos manuais, quando me deparo com um folheto laranja à minha frente. Este continha várias explicações, desde as condições de passagem de ano dos alunos do Secundário, duração dos períodos, interrupções para o Natal, Carnaval, etc. De entre essas informações todas, havia uma lista de Núcleos e Clubes da ESMT.
O Ricky avisou-me logo sobre um mais importante que todos os outros: Núcleo de Rádio. O inquérito que tínhamos à nossa frente relativo aos clubes, rapidamente se fez preenchido com essas mesmas palavras. Olhei as palavras "Teatro Antígona", mas não dei qualquer importância. Estupidez na altura, está claro.
Não nos fizemos rogados, e automaticamente abordámos o Director de Turma após ter dado a sua aula, pedindo informações sobre como nos havíamos de inscrever. Disse que ainda era muito cedo, e então esperámos.
Na semana seguinte, muito provavelmente, surgiu a aula de História pela primeira vez. A "s'tora" havia referido muito acerca do Teatro que ela coordenava (e coordena). O Teatro Antígona. Isso fez-me pensar... Ainda não a conhecia bem, e não é costume falar com os professores em privado, mas disse-lhe 2 dias depois de ter ponderado: «"S'tora", quero entrar para o grupo de Teatro!»
A Marta já estava a pensar em entrar, tinha sido a primeira a dizer-lhe que queria. Então decidi que, muito provavelmente, me arrependeria se não dissesse que queria ir. P'ra convencer o meu camarada, demorei-me tempos. «Preciso de pensar bem», dizia ele. Felizmente pensou bem, e acabou por ir.
A primeira 6ª feira de muitas outras inesquecíveis estava aí. Apertámos mãos com o Eliseu, e demos beijinhos às meninas, a Catarina, a Filipa, e acho que 'tava lá a Andreia, ou não. Seja como for, a transgressão de um espaço comum, rotinado e ofegante, para um espaço novo, diferente e calmo, foi fantástica! Sentia-se que conhecer pessoas novas, interagir com elas brincando, cantando e dançando fazia bem, mesmo muito bem!
A mistura entre o pessoal era fundamental, claro. Ainda hoje fazemos isso às pessoas mais recentes. Foram-se passando dias e dias, até chegarmos à sensação de nervosismo comum a todos. É único sentir nervosismo, até porque nos indica o quão bem a representação vai sair. E saiu, a estreia havia sido um sucesso, assim como a última representação, 15 dias depois.
E assim continuamos, os três, mais o pessoal (somos agora mais de 20, e temos alguns «retornados»), a conviver 1 vez por semana, no nosso cantinho habitual de 6ª feira à tarde.
Quanto ao núcleo de rádio, a ideia primeiramente escolhida por nós autores, acabou por ser esquecida, devido à lotação esgotada. Quer dizer, nós que tínhamos sido os primeiros, acabámos por ser os últimos. Fiquei triste, na altura. Mas hoje, já não o sinto na pele. Uma cicatriz que sarou bem depressa. Que efeito teve (ou melhor, tem) o teatro na minha pessoa? É exactamente isso, a pessoa. Sou melhor pessoa, agora. Um grande obrigado, do principiante que se sente eternamente grato aos jovens que já há anos que fazem aquilo, sempre com «muita m...»!!!

2 comentários:

  1. Ai ai, pois é James, tenho que te agradecer por me teres convencido a entrar para este grupo tão unido! Aliás já te tenho que agradecer por tanta coisa, daqui a bocado cobras todas as dívidas e fazes de mim o teu escrevo...xD...mas agora sem brincadeiras, agradeço-te por tudo e mais alguma coisa! És um verdadeiro amigo (é só ver o teu ego a crescer agora ham!! lol)

    Para variar, adorei o teu texto, escreves muito bem, espero que assim continues porque se Deus quiser por este ritmo o blog é escolhido para a rádio =D isso era muito giro =)
    Vá man fica bem, e sê feliz! Já sabes, tou sempre lá para ti!

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  2. em relaçao á expressao "muita merda" sabes doné que ela vem? ora como nao sei se sabes vou presumir que nao e dizer-te porque eu tambem só o descobri á pouco tempo e achei muito curioso... ora isto aqui á uma carrada de tempo a malta nao tinha televisao em casa porque ainda nao tinha sido inventada e o teatro era um dos principais entertenimentos logo a malta dirigia-se ao teatro para um bom serão nas suas carruagens... ora antes do levantar do pano alguem vinha até à rua ver como estava o tráfego de cavalos e como toda a gente sabe o cavalo é badalhoco e nao tem horas para se aliviar logo se muita merda houvesse na rua era sinal de casa cheia e de bom espectáculo... e nunca se agradece (isso nao sei porquê)... ora entao um grande bem haja

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