terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Conferência Com João Garcia

Caríssimos, é com grande prazer que vos anuncio que o mestre português do alpinismo decidiu aceitar o nosso convite para dar uma espécie de entrevista a alunos do secundário da Escola Secundária Miguel Torga.
Começou por dizer que não era muito de discursos, pelo que resolveu exibir um clip criado por ele, numa expedição feita em Maio de 2004, ao Monte Amadablam. Nesse clip aparecia de quando em vez a rota seguida por si e pelos seus companheiros alpinistas, desde Kattmandu, Lukla, até ao Kalla Pattar, com uma altitude de 5500 metros.
O objectivo era atingir o Monte Amadablam, e para isso passaram ainda por Island Peak, com 6126 metros de altitude. A zona era dividida em 3 campos, mais o campo base (CB), de onde deveriam partir para os campos seguintes, durante os próximos 3 dias. A chegado ao cume do Amadablam foi concretizada a 14 de Maio de 2004, a uma altitude de 6856 metros. No dia seguinte, estavam de regresso ao CB.
Seguiram-se então as perguntas, começando por aquela que parecia ter uma resposta mais simples, mas João Garcia explicou que "o ar é mais pesado cá em baixo, onde tem uma maior pressão, de cerca de 1013 milibares, sendo a estrutura atómica mais dispersa; a partir dos 5000 metros é que a pressão [medida através de barómetros] é de 1500 milibares, causando grandes dificuldades respiratórias, tendo que se respirar 5 ou 6 vezes mais que o normal", sendo que os campos base nunca se encontram a mais de, precisamente, 5000 metros.
Acrescentou que para se conseguir chegar lá acima, tem de se subir a pouco e pouco, voltando a descer, para se conseguir continuar mais uma vez. É "a degradação corporal que nos faz perder constantemente energia, pois, por exemplo, a 8000 metros é necessário que se façam 4 respirações, 1 movimento, 4 respirações, 1 movimento (...) porque o corpo cria mais glóbulos vermelhos para ajudar na produção de oxigénio, mas isso torna o sangue mais espesso", acrescentou João Garcia, para além dos possíveis problemas técnicos que possam surgir, como quebra de cordas, por exemplo.
Surgiram ainda mais perguntas, pedindo a João Garcia que revelasse como tinha adquirido o seu gosto por escalar, à qual este respondeu que "tinha sido já há muito tempo, há 22 anos atrás, começando por pequenas ascensões. É preciso planear com antecedência as coisas antes de se fazerem". Referiu que tinha dois projectos que estava a executar de momento, o projecto "7 Cumes", ou seja, pretende escalar a montanha mais alta de cada um dos 7 continentes, sendo que "6 já estão, só falta 1", que poderá ser o Monte Cook, na Nova Zelândia; e ainda, as 14 montanhas dos Himalaias, todas com mais de 8000 metros de altitude.
João Garcia, respondendo a outra pergunta, afirmou que "escalar montanhas não é enfrentar a morte, o grande risco é a preparação física! Qualquer alpinista, que chega ao topo duma montanha, e que alguém lhe pergunte como se sentiu, diz naturalmente que se sentiu cansado... já no regresso fica todo contente", concluiu.
Relativamente à alimentação, João Garcia confessou que deveria comer alimentos ricos em vitaminas, "ou algo do género", mas tal não é possível, porque acabam "sempre por congelar e descongelar", sendo necessária a conservação em bidons. "A nossa alimentação é essencialmente constituída por hidratos de carbono, como barras energéticas que são mais práticas. Para se fazerem líquidos, levamos garrafas de gás, para derreter a neve", referiu. O tempo que leva a escalar uma montanha varia, consoante a sua altitude: o Monte Branco, por exemplo, pode levar 1 semana, o Amadablam 1 mês e as montanhas com mais de 8000 metros levam 2 meses.
João Garcia, para terminar, explicou que "o alpinismo não dá dinheiro. Sou guia de montanha e pagam-me para ensinar a escalar. Esta é a minha outra profissão, na qual sou pago para fazer uma coisa que não é para mim, mas para quem eu estou a ensinar. O Evereste foi um projecto para mim. Vocês provavelmente já me viram aí batido na televisão, na publicidade. Isto de televisão e grandes empresas... não há cá patrocínios! Eles pagam-me para promover/publicitar, tem de ser, não um bom negócio, mas um muito bom negócio".
Ao longo do seu "currículo de montanhas", a mais difícil terá sido, naturalmente, o Monte Evereste, pois houve erros, que levaram à perda de Pascal Debrouwer, o companheiro nessa mesma expedição, e sócio de João Garcia. Contudo, "esses erros serviram para aprender".

5 comentários:

  1. muito obrigao pelo comentario

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  2. que post da borra... oube lá!!

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  3. Olá caro anónimo, em resposta ao seu comentário apenas tenho que dizer que não o apagamos só por respeito à liberdade de expressão, mas se queria expressar uma opinião negativa podia-lo ter feito de um modo mais eloquente. Apenas um erro da sua parte, o que é humano. Em seguida pedimos desculpa e como sempre aprenderemos com os nossos erros. Passar bem.

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  4. ele foi a escola????????????????e eu n sb!!!!!!!!!! lololol
    p ixo e k td a gente ia a correr po auditorio....*-)

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  5. i se tivexes em konta k os autorex tiveram 1 gnd sforço pra por ixto d pe tal cm ta hmmmm? v s t calas pa!! em td a tua vida nc t calas-te pra dzer m**** :@
    i pra voxex: o testo ta fofuh =) dv ter sido fixolas tar c o joao garcia =D

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