quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Adolescência, Tudo Menos Um Mar De Rosas

Hoje abati-me sobre este tema, a adolescência. Tentei confrontar vária opiniões que tenho sobre a chamada "fase do armário" mas sem sucesso. Acho que nesta fase temos de aprender por nós mesmos, mas essa visão é logo contrariada porque os nossos pais fazem de tudo para não errármos, por isso não deve ser uma fase de aprendizagem com os erros. Para alguns pode ser uma idade de revolta, com eles, com a família, com o mundo, com a vida. Mas nem todos sentem isso e mesmo os que sentem, não o sentem constantemente. Não deve ser meramente uma fase de crescimento porque assim não se justificava o sofrimento porque passamos, o crescer dos ossos não dói assim tanto. Uma fase de enriquecimento mental, talvez, mas há pessoas que lhes acontece o contrário e que na adolescência os neurónios tiram umas férias e apenas voltam ao trabalho na idade adulta, já tarde demais para corrigir alguns erros graves.
Portanto, já dá para perceber que a adolescência é uma fase de contrariações, de sentimentos confusos, misturados e repentinos. De paixões imensas que acabam em dias e de apaixonetas que se tornam em casamentos duradouros. Pode ser uma fase de aprendizagem, de muitas escolhas, tanto profissionais como emocionais. É uma fase na qual nós moldamos a nossa personalidade para os próximos muitos anos.
Mas ainda não percebi o porquê de nesta fase nós sentirmos mais intensamente que noutras idades. Sim, porque o exemplo mais forte disso é o amor, nesta fase quase que morremos de tanto amar alguém. Graças a esta intensidade é que existem os casamentos de 50 anos, amores adolescentes que floresceram em casamentos felizes, coisa rara actualmente.
Existe uma explicação científica para esta confusão toda: "Os adolescentes são complicados e confusos mentalmente porque a adolescência é a fase em que o cérebro está a criar novas ligações entre os neurónios, mas essas ligações ainda não têm função determinada por isso os impulsos eléctricos têm tendência a tornarem-se confusos e alguns a perderem-se no meio de um emaranhado de ligações sem função nenhuma.", mas não acredito piamente que a explicação para uma mistura de sentimentos tão fortes seja apenas "um emaranhado de ligações", isso seria simplificar o complexo que é esta idade. Acho que ainda ninguém conseguiu perceber claramente o que vai na cabeça de um adolescente, nem nós o percebemos.
Eu adoro a música "Não há estrelas no céu" do Rui Veloso, porque numa das estrofes ele canta:

"Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto,
Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto.
Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim
Se não fosse o rock&roll o que seria de mim?"

2 comentários:

  1. É verdade, temos de ser nós a aprender por nós próprios. Tenho pena é que certas experiências que a vida nos ensina obrigatoriamente doam tanto, mas... Enfim, como já ambos dissemos, qual seria a piada de toda esta brincadeira de apelido "Vida"?!

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  2. raios c'o parta p'o emaranhado!...

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