quarta-feira, 26 de agosto de 2009

18.

Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou growest:
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this and this gives life to thee.

Que és um dia de Verão não sei se diga.
És mais suave e tens formosura:
vento agreste botões frágeis fustiga
em Maio e um Verão a prazo pouco dura.
O olho do céu vezes sem conta abrasa,
outras a tez dourada lhe escurece,
todo o belo do belo se desfasa,
por caso ou pelo curso a que obedece
da Natura; mas teu eterno Verão
nem murcha, nem te tira teus pertences,
nem a morte te torna assombração
quando o tempo em eternas linhas vences:
enquanto alguém respire ou possa ver
e viva isto e a ti faça viver.

Soneto 18, Os Sonetos de Shakespeare
Dedicado a MJ

De notar que Os Sonetos de Shakespeare são uma obra geradora de controvérsia, uma vez que uma das teorias que se consideram mais aprazíveis sobre os Sonetos é a de que o Sr. W. H., a pessoa a quem os poemas são dedicados, segundo as supostas palavras do editor T.T. - Thomas Thorpe, seria a paixão secreta de Shakespeare e até um dos actores da sua companhia a operar no Teatro de Outdoor - The Globe, de nome William Hughes (Willie Hews, na grafia isabelina). Sobre este último ponto, é aconselhável a leitura de O Retrato do Sr. W. H., onde Oscar Wilde expõe a sua teoria sobre o alvo da dedicatória.
Contudo, o amor que na verdade se impõe é o de amigo para amigo, pondo de lado a natureza sexual da coisa. É um conceito já proveniente de tempos mais antigos do que o século XVI-XVII, época em que os poemas surgiram. Já os poemas homéricos, do séc. VIII a.C., retratavam esta situação.

Portugal e as Fitas de 16mm

Nunca me deparei com semelhante ultraje em toda a minha vida. Este país é de tal forma imbecil, estúpido e atrasado mental que quase que me dá nojo de viver aqui.
Estes pseudo-técnicos azeiteiros estudantes de Cinema são absolutamente incríveis. Julgam possuir um grande peito repleto de arte e saber, quando são a coisa mais incrivelmente absurda a caminhar sobre esta terra.
A estratégia é muito simples: desenvolvem um projecto com guidelines fornecidas pelo professor responsável, pegam numa câmara para fazer uma maquete e lançam o casting ao público, com o intuito de se fazerem libertinos e democráticos, após terem dactilografado uma história sem qualquer pé ou cabeça.
O actor que está em formação numa escola específica para tal fica a saber do casting, interessa-se por ele, uma vez que pretende juntar mais um nome de um filme à secção de Cinema do seu curriculum vitae, e parte em direcção ao Campo Grande na sua viatura, nada mais, nada menos, para perder o seu tempo e o seu gasóleo.
O objectivo dos pseudo-realizadores, produtores e etc.? Obter um número algo considerável de pessoas que preencheram as fichas de inscrição para o professor responsável estar de cu aberto a presentear os seus alunos com elogios.
Entra, portanto, o interessado num estúdio de duvidosas condições, depois de ser chamado. A equipa apresenta-se, diz o que pretende, e o interessado lê com eles um excerto do texto. No final, depois de concluída esta árdua tarefa, o interessado é convidado a improvisar para um bando de idiotas que designei no início do parágrafo como sendo a "equipa". Até parece que eles, artistas de valiosíssima qualidade, têm noção do que é saber representar. Tendo mesmo a dizer que parece que o interessado está a passar de novo por uma prova de admissão em que a sua capacidade de improviso é avaliada. A questão é que, nesse tipo de provas, os avaliadores sabem efectivamente o que estão a pedir não é caso deste pessoal.
No final, dão a entender com um ligeiro aceno de cabeça e um sorriso algo retorcido que o candidato interessado tem alguma hipótese.
Mas mais fantástico do que isto é o candidato realizar o casting em conjunto com outras pessoas, o que é absolutamente extraordinário, faltando-lhe apenas o prefixo (extra-). O interessado é questionado sobre a sua formação, algo que é completamente irrelevante para o assunto em questão, e é seguidamente questionado uma vez mais, relativamente à personagem que sente que seria capaz de desempenhar. É fantástico que consiga dizer "todas", porque significa que o actor é polivalente e consegue fazer tudo e mais alguma coisa. Segue-se, portanto, uma leitura expressiva, tal como se pretendia, do texto. Enquanto isto acontece, os adversários que entraram em conjunto o candidato não podem dar largas à sua inspiração, porque estão bloqueados. Se, por ventura, forem a ler de uma forma parecida à da primeira pessoa, são imediatamente rotulados como imitadores sem qualquer imaginação. E ainda enquanto isto sucede, são todos filmados de diversos ângulos para ver qual é que tem o nariz mais bonito para figurar à frente de uma objectiva.
No final, os candidatos saem todos contentes e confiantes para, meses mais tarde, virem a descobrir que perderam o seu tempo, o seu combustível, o seu dinheiro e a sua paciência, porque os escolhidos para as curtas-metragens para as quais realizaram o casting são pessoas com uma imagem e um nome já construídos e conhecidos do grande público.
Ora, com tanto filho da puta assim, mais vale vaguear por outros lados em que a capacidade de representação seja valorizada e em que a oportunidade de novos talentos possa surgir livremente, sem a preocupação do envio de uma foto de rosto e de corpo.
Três vivas a este país de hipócritas e retardados!
Hip, hip, horray!
Hip, hip, horray!
Hip, hip, horray!

sábado, 1 de agosto de 2009

Long Time, No See

Much has happened since the beggining of the world. One's life, as short as it might yet be, can never avoid the dances they are forced to.
The human being may travel a lot through the evil landlord's land, but it will always come back, unless it has psichological issues, associated to brain malfunction. Ups and downs can easily get to you if you lend yourself too much. Don't do it. It's not worth it. Just do this: take care of your friends, make new ones, don't forget to water their roots and let life happen like it should, in its own natural course. You won't regret it. Consider these statements as words of advice, and you'll live happily.
See you around.