segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Feliz...

...é mesmo essa a razão por já não escrever nada há algum tempo! Pois é, apercebo-me agora do conforto da infelicidade...apercebo-me agora do quentinho do sentirmo-nos miseráveis, pois aí todos os sentimentos estão à flor da pele, e escrever torna-se muito mais fácil! Apercebo-me agora da facilidade do triste...da "leveza" com que nós levamos o infeliz...o ser/estar infeliz.
E apercebo-me também da dificuldade de me expressar, enquanto feliz! Não sei se será pela minha afinidade ao romancismo desesperado...se isto já advém das imensas tentativas falhadas de ser feliz...nas quais compreendi melhor o infeliz... Ou se será por me conhecer mais enquanto estando infeliz do que feliz...
Não sei se será devido ao maior número de "investigação" literária que incede sobre a tristeza... ou se terá a ver com a falta dela sobre a felicidade.
Acho que nós, seres humanos, estamos tão habituados à felicidade que já nos esquecemos da forma como expressá-la! Ou pelo menos já não nos apercebemos que o fazemos!
Aquele sorriso que sai expontâneo, aquela gargalhada que nos tira o fôlego... aquela lágrima que tentámos conter, mas que sai, vitoriosa, empunhando a bandeira da felicidade... aquele abraço que nos faz fechar os olhos e voar...voar pelo amável desconhecido...
Ja não damos conta das pequenas coisas que nos fazem tremendamente felizes...e não nos damos conta das nossas reacções! Quem é que não imita uma criança quando ela esboça um sorriso? Quem é que não treme quando ouve alguém dizer: "Eu amo-te!" ? Quem é que não sua frio, por causa da pergunta, e depois não salta e pula que nem criancinha infantil, ao saber a resposta?
Que ser humano não se sente feliz, consigo mesmo, quando vê um casalinho de recém-casados, aos mimos e carícias? Quem, é que na sua sabedoria, não deixa correr algumas lágrimas quando reencontra um parente perdido? Ou um amor esquecido? Ou quem é que não desenha rios de lágrimas, aquando de um pedido em casamento?

Estes exemplos são simples de imaginar...mas agora imaginem: e um pôr-do-sol magnífico, por entre prédios cinzentos? E as frechas de luz, por entre nuvens cerradas? E o despertar da madrugada, clareando as trevas da noite? E a chegada do luar, tão ou mais intenso que o próprio sol? E o cair, leve e frágil, de uma folha no Outono? E o florescer de uma nova flor? E o rebentar de sementes no meio de cinzas?

Sorriam! Sorriam! Chorem! Mas de felicidade! Abracem quem está agora ao vosso lado! Vão ter com alguém que esteja convosco em casa e deêm a essa pessoa um abraço ou um beijo! Ou simplesmente digam-lhe o que ela significa mesmo para vocês!
Mas nunca se esqueçam de reparar naquelas pequenas coisinhas que enchem o nosso dia-a-dia!

Não se esqueçam dos pormenores...já que são eles que tornam um quadro magnífico!


Estou feliz... Deu para notar? =)

4 comentários:

  1. São poucos os momentos na vida que podemos dizer ESTOU FELIZ...mas a verdade é que quando assim é,tudo é optimo e tudo nos encanta!

    Sabes,tanto os primeiros como os segundos exemplos sao exemplos que me fazem feliz,mas os segundos são aqueles que,quando reparamos nos apercebemos de que a muito tempo não os observavamos!


    Acredita...Sorri...Arrisca...Sonha...Escreve...VIVE...SÊ FELIZ!


    Beijinho!

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  2. ai ai acontece-me o mesmo.. quando estou feliz nao sei escrever !
    quando estou feliz tenho outros meios de estravazar essa felicidade, é-me muito dificil sentar e escrever.. Mas como ali a amiga Catharina, eu gostava de escrever mais sobre outras coisas que nao a minha propria tristeza e solidão..
    é um aspecto a melhorar!

    beijinhos.. e sim, EU LI !

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  3. Porque é que será que, então... tenho tanta imaginação p'ra escrever sobre o amor? Porque, segundo essa teoria, é uma coisa ilusória, irritante, estúpida e pestilenta! Há não há vantagens em ser solteiro?! Claro que há! Vão por mim! Se estão a sofrer com uma "não correspondência", eh pá! Deixa seguir. Mai nada!

    P.S.: O Eddie Murphy é meu amigo xD!

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  4. Acho que isso acontece a toda a gente. Quando estamos falizes vamos mesmo perder tempo a escrever quando pudemos estar aos pulos ou a fazer outra coisa qualquer muito mais extravagante para expressar a nossa felicidade?

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