Quem Me Dera

Quem me dera...tanta coisa. Quem me dera poder concretizar os meus sonhos, e ser simplesmente feliz. Quem me dera poder me desligar quando estou nestes dias, nos chamados "dias não". Quem me dera de vez em quando pôr a minha cabeça em "standby" porque às vezes as ideias querem aparecer de tal forma que me sinto a explodir. À noites em que não prego olho porque não paro de pensar, e de vez em quando dito um texto inteiro às paredes. Quem me dera que as paredes fossem como esponjas para as minhas palavras e que depois eu pudesse simplesmente expremê-las e todas as letras escorreriam da parede, pois muitas vezes disse textos que eu gostaria d ler futuramente, só que tenho preguiça para escrever. É por isso que este blog é como um refúgio para mim, à dias que os meus dedos anseiam por bater no meu teclado, não por raiva ou ódio, mas sim porque as ideias assim lhes mandam. Acho que é por isso que eu tanto gosto de aqui escrever, por achar que se eu escrever as ideias que tenho, elas pararão de me atormentar as noites e me deixaram dormir e descansar. Quem me dera jogar à bola constantemente sem parar, porque quando jogo à bola apenas penso no jogo, na minha equipa e na bola e em mais nada. As ideias fúteis e tormentosas param de me afluir à cabeça como marés revoltas. Quem me dera que estes dias não existissem, estes dias nos quais eu não digo coisa com coisa, apenas penso para mim mesmo. Quem me dera que inventassem registos na nossa mente, pois já quis escrever tanta coisa, sobre muita coisa, mas as letras desapareceram de vista. Eu sei que elas estão dentro da minha cabeça, o problema é que a mulher-a-dias há muito que não faz uma limpeza geral na minha mente e por isso algumas das letras que anseio escrever, aqui e noutros sítios, desapareceram. Acho que vou passar a andar pela rua sempre com papel e lápis para escrever sempre todas as ideias que me surgem no meu cérebro. Tenho a certeza que algures no meio da minha cabeça, algures no meio dessas letras perdidas está uma solução para o aquecimento global, está a fórmula resolvente que aprendi no último ano, e estão mil e uma ideias que se eu pusesse em prática me chamariam de louco. No meio dessas letras estariam também todas aquelas vezes que eu ensaiei declarações de amor em frente ao espelho mas quando a hora chegava saía tudo diferente. Palavras apaixonadas que na hora se tornavam em gaguejos inocentes, palavras trémulas cheias de medo de nascerem, cheias de medo de nascerem em vão. Quem me dera...mas ninguém me dá...