Quero de longe acompanhar de perto
De lira na mão tua melodia,
Peço-te, não mo negues, sou decerto
À altura p'ra tocar esta harmonia!
Não, não te confundas na dualidade
Dos versos, apenas pura poética,
Nada mais se trata, simplicidade
É meu maior dote, não sejas céptica.
Se falhar o ritmo, é do arco-íris.
Perdoa-me, não é mesmo por mal,
Sim porque deambulei no teu olhar.
Sou em modo Goo Goo Dolls, minha Íris
A Música és tu e meus olhos sal,
De tanto que eu choro ao ver-te brilhar.
sábado, 19 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Namorada no Teatro
Anjo da Música, são os vocábulos
Mais carinhosos que contigo deixo
Nesta rica canção digna de 'fábulos',
Ostentando com amor o teu queixo.
Neste momento, fico por aqui.
As areias do tempo dar-me-ão mais,
Já que inspiração não cessa p'ra ti,
Fruto dos Helénicos imortais.
Simples anel de ouro no dedo usava.
De significado não tinha nada.
Mero adorno, 'inda que enganador.
«Versos de Amor» é que ele de facto amava
Escrever p'rá fictícia namorada,
Que no Teatro viu em todo o esplendor.
Mais carinhosos que contigo deixo
Nesta rica canção digna de 'fábulos',
Ostentando com amor o teu queixo.
Neste momento, fico por aqui.
As areias do tempo dar-me-ão mais,
Já que inspiração não cessa p'ra ti,
Fruto dos Helénicos imortais.
Simples anel de ouro no dedo usava.
De significado não tinha nada.
Mero adorno, 'inda que enganador.
«Versos de Amor» é que ele de facto amava
Escrever p'rá fictícia namorada,
Que no Teatro viu em todo o esplendor.
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Cinderela
A esta hora já a Cinderela
Seria quase Gata Borralheira,
Face às expressões de inveja amarela
De suas irmãs de serapilheira,
Mas há 'inda tempo para o cristal
Calçar ao som do Danúbio a valsa,
Dançando-a c'o seu Príncipe imortal,
Nunca p'ra si uma princesa falsa.
Ao som das doze de mim fugirás,
Pois disso tenho absoluta certeza...
Contudo não temas, mal não farei
A uma delícia que embora assaz
Me toque, fá-lo com toda a pureza
Inflamando-me, nunca imaginei...
Seria quase Gata Borralheira,
Face às expressões de inveja amarela
De suas irmãs de serapilheira,
Mas há 'inda tempo para o cristal
Calçar ao som do Danúbio a valsa,
Dançando-a c'o seu Príncipe imortal,
Nunca p'ra si uma princesa falsa.
Ao som das doze de mim fugirás,
Pois disso tenho absoluta certeza...
Contudo não temas, mal não farei
A uma delícia que embora assaz
Me toque, fá-lo com toda a pureza
Inflamando-me, nunca imaginei...
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Não Sei Que Foi, Tive Saudades Tuas...
Não sei que foi, tive saudades tuas...
Senti falta do que ainda não és,
Meus olhos, sinest'sia d'íris suas,
Querem ver-te espelhada, em revés.
Fizeste do meu coração cativo
Em tão loucos, diminutos segundos,
Todo eu prisioneiro em teu doce crivo,
Unindo assim nossos perfeitos mundos.
Ritmo, nota, canção, música, musa,
Todo o teu corpo a um som de distância,
Perfeição em mim, partilha, Natura!
Minha paixão o meu amor acusa.
Em erro, vou errante pela errância.
Contudo em compasso vejo-te pura.
Senti falta do que ainda não és,
Meus olhos, sinest'sia d'íris suas,
Querem ver-te espelhada, em revés.
Fizeste do meu coração cativo
Em tão loucos, diminutos segundos,
Todo eu prisioneiro em teu doce crivo,
Unindo assim nossos perfeitos mundos.
Ritmo, nota, canção, música, musa,
Todo o teu corpo a um som de distância,
Perfeição em mim, partilha, Natura!
Minha paixão o meu amor acusa.
Em erro, vou errante pela errância.
Contudo em compasso vejo-te pura.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Sonata
Beijo-te o teu coração em segredo,
Que com ninguém partilho este momento
Porque é só teu e meu e não do medo.
Viajo em teus lábios ao sabor do vento.
Estudiosos diriam ser um aparte
O que se declama já e agora,
Mas interpretar a Arte de amar-te
É Literatura que não vigora.
Sabes, quando no meu dia te vejo,
Fico logo insuflado e preenchido...
P'ra me sat'sfazer é tudo o que baste.
Acariciar teu rosto é meu desejo
Total, concretizado e deferido,
Mais 'inda quando o amor me roubaste.
Que com ninguém partilho este momento
Porque é só teu e meu e não do medo.
Viajo em teus lábios ao sabor do vento.
Estudiosos diriam ser um aparte
O que se declama já e agora,
Mas interpretar a Arte de amar-te
É Literatura que não vigora.
Sabes, quando no meu dia te vejo,
Fico logo insuflado e preenchido...
P'ra me sat'sfazer é tudo o que baste.
Acariciar teu rosto é meu desejo
Total, concretizado e deferido,
Mais 'inda quando o amor me roubaste.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Despedida
Quase cinco anos depois, despeço-me. Não há condições criativas e inspiradoras para continuar. O tempo que passou foi bom. Amámos, contámos, criámos, imaginámos, reportámos... Também nos chateámos e desaparecemos durante meses, tal como agora, para depois voltarmos e fazermos as pazes após discussões sem sentido.
Mas parece que chegámos ao fim. Toda a corrente artística tem um fim. O nosso próprio neo-romantismo já passou de moda. Hoje, vestem-se t-shirts de riscas horizontais verdes, e não t-shirts onde o preto é dominante, senão a única cor possível dentro de uma amargura intensa ou então superficial, mas ainda assim tocante o suficiente para nos entregarmos à melancolia perversa e, sem haver como evitá-lo, racionalmente falsa.
Já não há lugar para a confusão amorosa dentro de um triângulo que nunca existiu, mas também já não há espaço para exigir novas asas com que voar daqui para fora, agarrado a alguém que possa ser pintado como um mais-que-tudo, ou mesmo sozinho.
Consideramo-nos crescidos, e, por isso, não há paciência (por muito odioso e arrogante que seja enunciar um segmento como este numa frase) para escrever palavras infantis num texto ainda mais infantil que agradece a presença constante de alguém após momentos agonizantes que, vistos no presente, não passam de quedas vitais para a aprendizagem do que é viver num mundo imperfeito e, por isso, descritas de forma humilhante para nós próprios.
O tempo, agora, é outro, e mergulhar constantemente em determinadas memórias pode fragilizar-nos, mas também pode fortalecer-nos e levar-nos a aprender cada vez mais, relendo a História que nos fez todos os dias chegar a quem somos no dia de hoje, e é por isso que nos manteremos activos até que as nossas palavras sejam proibidas.
Sigamos em frente, cada um no seu caminho, entroncando-o com o do outro, sempre que necessário.
Até à vista
sábado, 24 de abril de 2010
Lembras-te...?
Estávamos já naquele final de festa de aniversário da nossa amiga, passava da meia-noite, provavelmente, num dos feriados de Dezembro. Uma atitude algo rebelde da minha parte, sendo que no dia seguinte ia ter os meus conhecimentos testados numa área que dá sempre muito que pensar, até porque é esse mesmo o seu objectivo.
Encarregara-me, durante a tarde que nos conduziu ao momento presente, de animar ligeiramente a festa com os meus passos de dança freestyle, porque, não sei se chegaste a reparar, não sou grande profissional nas danças de passos pré-estabelecidos. Prefiro andar ali a rebolar - ou quase, vá - no chão, a ficar sentado a olhar para as outras pessoas, carregando um ar miserável nos meus olhos encovados, ou então a ficar de pé, abanando a mão livre e tendo cuidado com a outra que segura o copo de plástico com tinto.
Mas depois de tanto cansaço em cima de mim, com alguma vontade de ir embora e com a sensação de não ter lido grande coisa para o exame ao pensamento, acabei por ficar, renunciando a tudo. As horas haviam avançado, já não havia espaço para fazer barulho que se ouvisse lá fora, mais de metade dos convidados haviam já partido para as suas casas. Ficámos só nós e mais uns quatro, talvez. A disponibilidade para música de Caraíbas, pimbalhada ou raps toscos era nula. Todos os que tinham ficado estavam numa de música suave, aquela que faz mexer o corpo em pequenos gestos, quase imperceptíveis, inconscientemente. Música propícia a agarrar alguém. Eu agarrei-te a ti. Isto era ainda mais perfeito do que a valsa e os seus três passos. Bastou-me apenas encostar-te contra mim, deixar que a tua cabeça repousasse no meu ombro, o movimento natural fez o resto.
Mil e uma coisas viajaram em mim nesse momento. Esquecera-me por completo do amanhã, esquecera-me do que quer que tinha para fazer ou de fazer, porque a partir da altura em que nos tocámos, tudo ficou diferente, tudo entrou em harmonia, o mundo começou a fazer sentido. Tudo faz sempre sentido em momentos como este, aquela dose de romantismo, por pouco que dure, torna os nossos olhos sempre muito mais brilhantes.
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