quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Verdade do Centro de Ti

Já é desde há muito que tenho vindo a escrever para alguém, propositada e especificamente para uma única pessoa. O «Lumi» está aberto ao público, qualquer pessoa pode ler este género de diário, muito mais alargado do que há dez anos.
Conheci uma mulher (ou Menina, por carinho) há relativamente pouco tempo, menos de um ano, mas não começámos a falar logo de início. Não faço a mais pequena ideia se lerá os meus textos ou, se os lê, se gosta deles. Não sei mesmo.
Há cinco anos atrás, estava eu a publicar o primeiro livro, mas tornou-se irrelevante, face ao que se seguiu, um pouco mais de um ano depois. Chama-se Viagem ao Centro de Ti, um título ambivalente. Isto porque se trata de uma viagem ao centro de mim, que me identifico como «Ti» entre os mais próximos, da minha essência, no fundo, mas também de uma viagem ao centro de um antigo amor. É inspirada na demanda de Dante Alighieri pela sua Beatriz, em A Divina Comédia. Enfim, acabei por escrevê-lo porque estava apenas a querer recuperar um amor muito forte e significativo de quem acreditei ser a mulher da minha vida. É claro que se provou o contrário. Fiquei satisfeito, por outro lado, quando alguém me disse mais tarde que este poema lírico, narrado, contribuíra para a união de duas pessoas que não conhecia de lado nenhum, que ainda hoje não conheço, mas que se casaram, é verdade. Senti-me feliz por isso, por ter inspirado alguém através do amor.
Eu próprio tenho vindo a sentir-me inspirado, desde que conheci esta Menina, como já não acontecia há tantos anos. Talvez tivesse tido medo de arriscar, quem sabe. Medo de me magoar, outra vez. Mas a verdade é que vi no meu Amor, na minha Bonequinha, o coração mais puro. Os seus olhos, repletos de ternura, mostram também sofrimento. Sou actor, fui treinado para observar. Percebo que há sofrimento no seu interior, mais ou menos activo, não sei confirmar, isso não sei, mas vejo tristeza reflectida nas suas íris, como se procurasse há muito o seu Príncipe, porque ela é uma Princesa, e precisa que cuidem de si.
Desde a nossa primeira conversa que tenho estado a tentar convidá-la para sairmos. O seu aniversário foi há cerca de mês e meio, e eu comprei-lhe um presente. Não é um presente qualquer, mas não quero revelar a sua exactidão, porque só ela deve poder vê-lo. Afianço apenas que é gigante, glamoroso, e que é seu, tal como queria, se ainda se recordar do que é.
Voltei a convidá-la ontem, mas não leu ainda o convite, a perguntar se podíamos sair amanhã, sexta-feira, para poder entregar-lho, para poder dar-lhe um abraço também, e um beijinho, não há mais nada que queira pedir-lhe.
É possível ter saudades de quem se conhece de coração por completo, ainda que se conheça pouco de ter conversado antes. Só prova que esta pessoa a quem amamos é a nossa verdade mais pura, a nossa magia mais encantadora.
Provavelmente não lerás o que aqui está, por isso falo sem enrubescer tanto quanto aconteceria se estivéssemos juntos a conversar, aqui e agora. Quero dizer, no entanto, que tenho saudades tuas, e que quero ouvir a tua voz carinhosa, encontrar o meu olhar com o teu, meigo, em tons de avelã, e reconfortar-te, dizer-te que vais ser feliz. Se chorares, enxugar-te-ei as lágrimas com as pontas dos meus polegares, e mostrar-te-ei as estrelas na cúpula celeste, são todas tuas, pede quantas quiseres.
Estarei onde desejares, aguardando que chames por mim, e logo seremos juntos.
O termo é outro, mas não quero que tenhas medo das minhas palavras, por isso direi desta vez... adoro-te.

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