Expor os sentimentos que apenas nós somos capazes de experienciar, porque são intransmissíveis, por mais que queiramos fazer deles algo de viral, numa qualquer plataforma online que, no fundo, assume a função de diário, embora não necessariamente lacrado, mas sim visível aos olhos da Rede, conforme as regras de privacidade de cada um, não é nada de novo. Aliás, repare-se, este blog, apenas por si, contará já dez anos de história no próximo dia 24 de Dezembro de 2015. Efectivamente, há uma década atrás, nem eu, nem o meu co-autor parecíamos ter nada mais para fazer em plena Consoada, mas decidimos de qualquer forma entrar na onda dos weblogs, que atingiram o auge da sua popularidade de modo redundantemente exponencial nessa mesma altura. Já nos dois anos anteriores, numa época em que o mundo estava ainda a passar por uma radical transformação que não veria a respectiva conclusão tão cedo, aventurara-me, em conjunto com outro colega e amigo, em dois blogs anuais mais reduzidos em interesse, mas igualmente activos na publicação de conteúdos, por mais disparatados e adolescentes que fossem, mas, neste período de tempo, o facto de sermos exactamente uma versão ainda primária de jovens adultos sem qualquer orientação apropriada de vida fez com que encarássemos os supra-mencionados conteúdos como verdades correctas e indubitáveis em absoluto.
Mesmo quando a nossa ideia de dar vida ao Luminescente surgiu numa conversa informal online, através do agora praticamente extinto MSN Messenger, nem tudo o que publicávamos era apreciável, de todo. Por mais anos que se acrescentem à maturidade de um adolescente, esta não se encontra ainda estabilizada e, mesmo quando atingir a maioridade, eventualmente necessitará de algumas afinações que só as experiências de vida poderão ajudar a desenvolver. Aliás, permitir-me-ei uma adição a este raciocínio através da qual tenho plena consciência de que o conceito de maioridade é apenas uma abstracção que procura seguir o intuito do concreto em termos de legislação, mas ninguém é indubitavelmente inimputável pelos e seguro dos seus actos quando atinge uma idade igual para todos os cidadãos de um país, que marca, por conseguinte, a passagem de um ser humano em desenvolvimento para a idade adulta.
Actualmente, que posso dizer ter alcançado um quarto de século de vida, ainda que expô-lo deste modo seja profundamente assustador, como se caminhasse porventura já para a terceira idade, os meus escritos não reúnem consensos absolutos, somente relativos. Não se trata de ter adquirido esta impressão a partir de críticas concretas, uma vez que nem sequer procurei fazer grande alarido à volta do meu regresso aos desabafos online, tirando talvez uma já habitual brincadeira embebida em Photoshop a partir da qual o Sol volta a brilhar e a iluminar os meridianos centrais do planeta; trata-se, isso sim, de uma conclusão filosoficamente acertada e longe do domínio da falácia, por exemplo, da generalização precipitada.
E o que me traz a esta explicação talvez verbalmente complexa é exactamente a onda que me domina. Estou apaixonado, e estou-o como provavelmente já não estaria há uns bons anos. Entre artistas como eu, a principal questão que surge, embora por outras palavras que não poderei adivinhar com absoluta certeza, ainda que o sentido seja o mesmo, é "quem será esta mulher por quem ele está assim tão profundamente de amores?".
Muitas pessoas criticam os apaixonados, e o leque de razões não é reduzido. Para ilustrar, alguns exemplos passam por: acreditar no amor propriamente dito; crer em contos de fadas; querer fazer da realidade um romance de leitura facilmente digerida; dizer que sem a nossa cara-metade jamais estaremos completos; etc.
Ora, há gente para todos os gostos. Quem mantém uma relação sem o romance expectável, apenas por motivos de utilidade em ter um companheiro, fá-lo no sentido meramente biológico, e se aquilo que nos distingue das restantes espécies animais é o raciocínio e o senso, tanto bom como mau, então façamos uso do bom senso para amarmos o outro, não porque dá jeito. É, com todas as letras, ridículo, estapafúrdio, estúpido.
Já sobre aqueles que criticam sem sequer partilharem a sua vida com outrem, tecer apreciações e comentários não será de todo necessário.
Portanto, sim, estou apaixonado, continuarei a estar. Não tenho problemas em continuar a escrever vários sonetos, nem que seja um por dia, à semelhança da ideia que Sparks pretendeu passar n'O Diário da Nossa Paixão. É um romance adaptado ao cinema na primeira década dos anos 2000, toda a gente viu, por mais que tivesse detestado e, ao longo de um ano seguido, Noah fez questão de enviar todos os dias uma carta a Allie, infelizmente todas interceptadas pela mãe, que se resumiu a um casamento de conveniência, negando-se o verdadeiro amor e obrigando a filha a ir pelo mesmo caminho.
Este género de Literatura vende bem, tanto entre homens como mulheres, por uma razão muito simples, mais até do que não ter paciência para entender enredos demasiado complicados e soporíferos: todos precisamos de romantizar as nossas vidas... existir e sobreviver são verbos excessivamente pragmáticos, mais apropriados à lavoura constante para aumentar os rendimentos capitais de cada um. É certo que a sociedade fá-lo para poder viver confortavelmente, mas de que serve semelhante hedonismo, se não há tempo para aproveitá-lo?
Sejamos felizes com quem amamos e nos quer bem, sem perder tempo a navegar na tristeza do que jamais será remediável.
Mesmo quando a nossa ideia de dar vida ao Luminescente surgiu numa conversa informal online, através do agora praticamente extinto MSN Messenger, nem tudo o que publicávamos era apreciável, de todo. Por mais anos que se acrescentem à maturidade de um adolescente, esta não se encontra ainda estabilizada e, mesmo quando atingir a maioridade, eventualmente necessitará de algumas afinações que só as experiências de vida poderão ajudar a desenvolver. Aliás, permitir-me-ei uma adição a este raciocínio através da qual tenho plena consciência de que o conceito de maioridade é apenas uma abstracção que procura seguir o intuito do concreto em termos de legislação, mas ninguém é indubitavelmente inimputável pelos e seguro dos seus actos quando atinge uma idade igual para todos os cidadãos de um país, que marca, por conseguinte, a passagem de um ser humano em desenvolvimento para a idade adulta.
Actualmente, que posso dizer ter alcançado um quarto de século de vida, ainda que expô-lo deste modo seja profundamente assustador, como se caminhasse porventura já para a terceira idade, os meus escritos não reúnem consensos absolutos, somente relativos. Não se trata de ter adquirido esta impressão a partir de críticas concretas, uma vez que nem sequer procurei fazer grande alarido à volta do meu regresso aos desabafos online, tirando talvez uma já habitual brincadeira embebida em Photoshop a partir da qual o Sol volta a brilhar e a iluminar os meridianos centrais do planeta; trata-se, isso sim, de uma conclusão filosoficamente acertada e longe do domínio da falácia, por exemplo, da generalização precipitada.
E o que me traz a esta explicação talvez verbalmente complexa é exactamente a onda que me domina. Estou apaixonado, e estou-o como provavelmente já não estaria há uns bons anos. Entre artistas como eu, a principal questão que surge, embora por outras palavras que não poderei adivinhar com absoluta certeza, ainda que o sentido seja o mesmo, é "quem será esta mulher por quem ele está assim tão profundamente de amores?".
Muitas pessoas criticam os apaixonados, e o leque de razões não é reduzido. Para ilustrar, alguns exemplos passam por: acreditar no amor propriamente dito; crer em contos de fadas; querer fazer da realidade um romance de leitura facilmente digerida; dizer que sem a nossa cara-metade jamais estaremos completos; etc.
Ora, há gente para todos os gostos. Quem mantém uma relação sem o romance expectável, apenas por motivos de utilidade em ter um companheiro, fá-lo no sentido meramente biológico, e se aquilo que nos distingue das restantes espécies animais é o raciocínio e o senso, tanto bom como mau, então façamos uso do bom senso para amarmos o outro, não porque dá jeito. É, com todas as letras, ridículo, estapafúrdio, estúpido.
Já sobre aqueles que criticam sem sequer partilharem a sua vida com outrem, tecer apreciações e comentários não será de todo necessário.
Portanto, sim, estou apaixonado, continuarei a estar. Não tenho problemas em continuar a escrever vários sonetos, nem que seja um por dia, à semelhança da ideia que Sparks pretendeu passar n'O Diário da Nossa Paixão. É um romance adaptado ao cinema na primeira década dos anos 2000, toda a gente viu, por mais que tivesse detestado e, ao longo de um ano seguido, Noah fez questão de enviar todos os dias uma carta a Allie, infelizmente todas interceptadas pela mãe, que se resumiu a um casamento de conveniência, negando-se o verdadeiro amor e obrigando a filha a ir pelo mesmo caminho.
Este género de Literatura vende bem, tanto entre homens como mulheres, por uma razão muito simples, mais até do que não ter paciência para entender enredos demasiado complicados e soporíferos: todos precisamos de romantizar as nossas vidas... existir e sobreviver são verbos excessivamente pragmáticos, mais apropriados à lavoura constante para aumentar os rendimentos capitais de cada um. É certo que a sociedade fá-lo para poder viver confortavelmente, mas de que serve semelhante hedonismo, se não há tempo para aproveitá-lo?
Sejamos felizes com quem amamos e nos quer bem, sem perder tempo a navegar na tristeza do que jamais será remediável.
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